Fim de acampamento bolsonarista em SP tem choro e ameaça a jornalistas
Retirada de acampamento bolsonarista em frente ao QG do Exército em SP tem choro e ameaça a jornalistas nesta segunda-feira (9/1)
atualizado
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São Paulo – O fim do acampamento bolsonarista em frente ao QG do Exército em São Paulo tem choro, acordo para evitar conflito com forças de segurança e ameaças a jornalistas.
Segundo participantes, cerca de 50 pessoas desmontam suas barracas e deixam o local na tarde desta segunda-feira(9/1), após mediação do Exército e da Polícia Militar de São Paulo.
O grupo, apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), estava acampado há 71 dias em frente ao QG do Exército, na região do Ibirapuera, zona sul da capital paulista, para questionar a vitória eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pedir golpe militar.
A remoção do acampamento acontece por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após atos de terrorismo registrados em Brasília no domingo (8/1).
Por volta das 10h15, duas viaturas do Corpo de Bombeiros chegaram ao local e iniciaram as conversas com os bolsonaristas acampados. Sem resistência, os participantes de atos golpistas concordaram em remover as barracas e desfazer as obstruções na Avenida Sargento Mario Kozel Filho, local da concentração, ao lado do prédio da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
Mediação e ameaças
Um cerco foi montado por policiais para isolar, nas duas entradas da via, o acesso de pedestres e veículos. Profissionais da imprensa também foram impedidos de acompanhar o desmonte na avenida.
“Se entrar para filmar, vai apanhar”, ameaçava uma senhora, às vistas de PMs. Com o celular na mão, outra filmava os profissionais: “Olha só quanto urubu”.
Uma bolsonarista chegou a pedir que um fotógrafo apagasse as imagens registradas. Houve xingamentos e ameaças, mas o princípio de tumulto foi contido.
De saída, outro golpista fez ameaças: “Se eu tivesse armado, matava todo mundo aqui. Cambada de vagabundos! Ia preso com honra”.
Choro
A reportagem do Metrópoles chegou a caminhar rapidamente pelo acampamento, em meio à desmontagem das barracas. Em uma delas, uma senhora chorava e era consolada por dois bolsonaristas.
Carros particulares, dos próprios acampados, chegavam a todo instante para retirada de geladeira, sofás, colchões infláveis, cadeiras de praia e outros objetos dos bolsonaristas.
Entre os acampados, também havia críticos por suposta falta de apoio de militares e integrantes do governo Bolsonaro. “Os militares faltaram à gente”, comento um homem. “Se fosse na minha seleção, o Mourão e Heleno estavam desconvocados.”
Às 14h, pelo menos metade do acampamento ainda estava de pé. Equipes de limpeza da Prefeitura de São Paulo, no entanto, estavam a postos para varrição. Empilhados na entrada da rua, ao menos 30 sacos de lixo aguardavam ser recolhidos.