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Filhos de ex-chefão do PCC rebatem denúncia de lavagem: “Conspiração”

Família de Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, foi denunciada por lavagem de dinheiro do PCC; filhos negam na Justiça envolvimento com facção

atualizado

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Imagem de Tuta em jatinho. Ele é um homem pardo, de cabelo curto e veste terno - Metrópoles
1 de 1 Imagem de Tuta em jatinho. Ele é um homem pardo, de cabelo curto e veste terno - Metrópoles - Foto: Reprodução/MPSP

São Paulo – Acusados de lavar dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC), os filhos gêmeos de Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, apresentaram defesa prévia à Justiça paulista nesta terça-feira (14/11). Ex-número 1 da facção nas ruas, o traficante é considerado foragido.

No documento, obtido pelo Metrópoles, Maycon Gabriel de Almeida e Mayra Gabriela de Almeida, ambos de 25 anos, negam envolvimento com o PCC e dizem estar diante de “uma conspiração colossal”. Para a defesa, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) não teria apresentado provas do crime.

Maycon e Mayra foram denunciados no desdobramento da Operação Sharks, do MPSP, que mira o setor financeiro da facção. O esquema do ex-chefão do PCC envolveria a compra de imóveis, por meio de leilões e de uma incorporadora de fachada, além de investimentos em farmácias e padarias.

Segundo a investigação, Tuta usava familiares e testas de ferro para registrar os bens e esquentar recursos do tráfico de cocaína. Ao todo, o MPSP denunciou dez pessoas ligadas ao traficante – lista que inclui operadores e a sua esposa, Adriana Cristina dos Santos.

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Tuta levava vida de luxo, segundo investigação
Tuta (à esquerda) exerceu cargo de adido no Consulado de Moçambique
Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, Já foi considerado número 1 do PCC nas ruas
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Tuta fazia voos em jatinhos

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Tuta levava vida de luxo, segundo investigação

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Tuta (à esquerda) exerceu cargo de adido no Consulado de Moçambique

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Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, Já foi considerado número 1 do PCC nas ruas

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Defesa

No processo, os filhos de Tuta são acusados de comprar imóveis em Araçatuba, no interior paulista, por R$ 280 mil, para ocultar o dinheiro oriundo da facção. Segundo a acusação, a transação aconteceu com a anuência de Maycon e Mayra, mas os bens pertenceriam, na verdade, ao pai deles.

Ao apresentar a defesa na Justiça, o advogado Rogério Nunes, que representa os filhos de Tuta, contestou a versão do MPSP e alegou não haver provas de lavagem de dinheiro ou participação no PCC.

“Inegável a ausência de lastro indiciário mínimo. Apesar da riqueza narrativa, sem a apresentação simultânea de provas que corroboram o alegado, têm-se que os fatos narrados na denúncia não passam de hipóteses e conjecturas”, escreveu.

“Não só isso, crente de estar diante de uma conspiração colossal, a denúncia trilha caminhos tortuosos, sendo que sua própria narrativa a coloca em xeque. Não faltam exemplos a demonstrar que, para alimentar sua gana punitiva, a denúncia preenche com uma verdadeira salada de conjecturas os vácuos probatórios.”

A denúncia do MPSP foi recebida, em outubro, pelo juiz Thiago Baldani Gomes de Filippo, da 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).

Quem é Tuta

Apontado como substituto de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, Tuta chegou ao posto de maior liderança do PCC nas ruas em 2020, após a transferência das principais lideranças da facção para presídios federais.

Ex-presidiário com passagens por roubo a banco e tráfico de drogas, Tuta teria conhecido Marcola no presídio de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo. Em liberdade, ele fez parte da chamada “Sintonia Final da Rua” – o principal braço de comando da facção fora dos presídios.

Investigação do MPSP mostra, ainda, que Tuta exerceu o cargo de adido comercial no Consulado Honorário de Moçambique, em 2018, mesmo já sendo integrante da facção. Também levava uma vida de luxo (fotos acima), com viagens em jatinhos, passeios de lancha e estadias em casas de alto padrão.

Tuta teria sido expulso do PCC por suposto desvio de recursos. Atualmente, o MPSP suspeita que o criminoso tenha sido assassinado, mas o corpo nunca foi encontrado e, oficialmente, ele é considerado foragido.

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