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Filha de Samara Felippo é vítima de racismo em escola: “Choro doído”

Duas estudantes, acusadas de racismo contra a filha mais velha de Samara Felippo, foram suspensas por tempo indeterminado do Vera Cruz

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Samara Felippo
1 de 1 Samara Felippo - Foto: Reprodução/Instagram

São Paulo – A filha mais velha da atriz Samara Felippo – que é negra, tem 14 anos e estuda no 9º ano – foi vítima de racismo no Vera Cruz, instituição de ensino de alto padrão na zona oeste da capital paulista. Em comunicado interno, o colégio reconheceu a agressão e suspendeu as alunas responsáveis.

O caso de racismo aconteceu na última segunda-feira (22/4). Segundo Samara Felippo, duas alunas da mesma série roubaram o caderno da sua filha, arrancaram todas as páginas de um trabalho de pesquisa e escreveram a frase “cu preto”. O caderno foi devolvido para o Achados e Perdidos em seguida.

A atriz escreveu sobre a ocorrência em um grupo de pais do Vera Cruz no WhatsApp. “Ainda estou digerindo tudo e, talvez, nunca consiga. Cada vez que olho o caderno dela ou vejo ela debruçada sobre a mesa, refazendo cada página, dói na alma. Choro. É um choro muito doído. Mas agora estou chorando de indignação também”, registrou.

De acordo com Samara, os “atos hostis e excludentes” contra a sua filha “vêm sendo cada vez mais violentos e reincidentes” na escola. A atriz relata que a estudante já era “excluída de trabalhos, grupos, passeios”, mas “aceitava qualquer migalha e deboche” porque “queria fazer parte de uma turma”.

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Samara Felippo é atriz
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A atriz revelou que sofreu abusos sexuais
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Samara Felippo é atriz e comanda o podcast Exaustas

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A atriz revelou que sofreu abusos sexuais

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Samara Felippo rebate o ex-marido: "Eu só comecei"

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Omissão

Na carta, Samara também diz estar preocupada com a saúde mental da estudante e de outros alunos negros do colégio. “Não é um caso isolado, que isso fique claro”, afirmou.

A atriz afirma ter feito três reuniões com o Vera Cruz após o episódio mais recente e pedido a expulsão das envolvidas para não relativizar “um crime previsto em lei”, segundo escreveu.

“Quero que todos saibam a gravidade da situação à qual minha filha foi submetida e que a escola insiste em ocultar, atos esses que estão causando danos irreparáveis para as nossas vidas! E quando digo ‘nossa’ é de todos nós mesmo, pois o racismo é um câncer na nossa sociedade e não podemos nos calar”, registrou.

“Poderiam aproveitar um caso grave como esse para servir de exemplo para toda a comunidade escolar, mostrando o que é intolerável dentro de um estabelecimento de ensino em pleno 2024, mas vejo mais uma escola, que se diz antirracista e ‘intolerante’, tolerando e dando a famosa segunda chance, ou seja, PASSANDO PANO”, escreveu.

Samara diz, ainda, que a filha “segue forte mas com a dor dessa humilhação e violência que jamais vai esquecer”. “Enquanto que, para as duas meninas, daqui a um tempo, isso não vai passar de história para contar dando risada em rodinhas de amigos.”

Vera Cruz

Em comunicado interno, o Vera Cruz confirma a agressão racista e diz que tem se comunicado “muito intensamente com as famílias das alunas envolvidas”.

Segundo a escola, ao recuperar o caderno, a filha de Samara Felippo procurou a professora e a orientadora da série. “Imediatamente foram realizadas ações de acolhimento à aluna, de comunicação a todos os alunos da série, bem como a suas famílias”, afirma.

“Nos dias seguintes, outras ações foram empreendidas, sempre no sentido de acolher a aluna que foi vítima dessa agressão, bem como no sentido de garantir que as alunas agressoras entendessem a dimensão do que haviam feito”, registra.

De acordo com a mensagem, as alunas agressoras foram proibidas de participar de uma viagem do colégio e estão suspensas desde a quinta-feira (26/4). A sanção é por tempo indeterminado.

“A suspensão se encerrará quando entendermos que concluímos nossas reflexões sobre sanções e reparações, que ainda seguimos fazendo – fato também comunicado a todas as famílias diretamente envolvidas”, diz.

“Ressaltamos que outras medidas punitivas poderão ser tomadas, se assim julgarmos necessárias após nosso intenso debate educacional, considerando também o combate inequívoco ao racismo”, afirma. “A escola nunca havia tomado conhecimento de qualquer atitude racista de ambas as alunas. Ações de reparação ainda serão definidas.”

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