Federação Paulista de Futebol proíbe Mancha Alvi Verde em estádios
FPF acatou recomendação do Ministério Público para proibir presença da Mancha Alvi Verde nos estádios de futebol em São Paulo
atualizado
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São Paulo — A Federação Paulista de Futebol (FPF) informou na manhã desta quarta-feira (30/10) que vai acatar a recomendação do Ministério Público (MPSP) para proibir a presença da Mancha Alvi Verde, principal torcida organizada do Palmeiras, em estádios de futebol no estado de São Paulo.
A decisão foi formalizada em comunicado interno obtido pelo Metrópoles. O MPSP pediu à Justiça a prisão temporária de seis torcedores palmeirenses ligados à Mancha Alvi Verde investigados por suspeita de envolvimento na emboscada a integrantes da Máfia Azul, maior torcida organizada do Cruzeiro, no km 65 da Rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, na Grande São Paulo.
Confira o comunicado da Federação Paulista
Um torcedor da organizada do Cruzeiro morreu e outros 17 cruzeirenses ficaram feridos após uma emboscada organizada por parte da torcida do Palmeiras na Rodovia Fernão Dias, em Mairiporã. Dois ônibus que levavam torcedores da Máfia Azul para Minas Gerais foram vandalizados: um acabou incendiado e outro foi depredado.
A emboscada
Por volta das 5h da manhã de domingo (27/10), no km 65 da Rodovia Fernão Dias, no centro de Mairiporã, membros da Mancha Alvi Verde, torcida do Palmeiras, fizeram uma emboscada contra torcedores do Cruzeiro. Durante o ataque, um homem foi morto carbonizado e 17 ficaram feridos.
Em um dos vídeos do ataque, é possível ouvir um homem falando “É a Mancha, car****. Aqui é a Mancha, por**”, fazendo referência à torcida organizada.
Agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram acionados para a ocorrência e, no local, encontraram um ônibus incendiado e outro depredado. Foram apreendidos rojões, fogos de artifício, barras de ferro e madeiras, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP).
Com a aproximação das equipes da PRF e da Polícia Militar de São Paulo, os agressores envolvidos fugiram pelas vias locais.
Como mostrado pelo Metrópoles, a organizada palmeirense teria monitorado e interceptado os cruzeirenses, que viajavam em dois ônibus na Rodovia Fernão Dias. Os torcedores mineiros voltavam de Curitiba (PR), onde o Cruzeiro jogou no sábado (26/10) contra o Athletico Paranaense e perdeu por 3 a 0.
Investigações
Os membros da Mancha Alvi Verde (antiga Mancha Verde) serão investigados pela Polícia Civil e vão responder criminalmente por homicídio, incêndio, associação criminosa, lesão corporal e promover tumulto, praticar ou incitar a violência em eventos esportivos.
Segundo a SSP, a polícia apreendeu imagens de monitoramento e solicitou exames do Instituto Médico Legal às vítimas para realizar as investigações. A ocorrência foi encaminhada à Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (DRADE) para identificação e responsabilização dos envolvidos, diz a nota.
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) também vai investigar a torcida organizada do Palmeiras, como facção criminosa. “Tal episódio é inaceitável e representa uma grave afronta à segurança pública e à convivência pacífica em nossa sociedade. Por isso, esta Procuradoria-Geral de Justiça determinou que, para além do promotor Fernando Pinho Chiozzotto, de Mairiporã, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado [Gaeco] entre no caso”, disse Oliveira e Costa.
“Há firmes evidências de que algumas torcidas organizadas atuam como verdadeiras facções criminosas, o que justifica a intervenção do GAECO”, acrescentou o chefe do MPSP.
Até o momento do fechamento desta reportagem, não havia atualizações sobre as investigações. O Metrópoles busca contato com a DRADE para saber se algum suspeito já foi identificado.
Possível vingança dos torcedores
A emboscada realizada por torcedores palmeirenses pode ter sido vingança a um ataque semelhante que aconteceu em 28 de setembro de 2022.
Na ocasião, o confronto entre os torcedores do Cruzeiro e do Palmeiras aconteceu na altura do km 593 da mesma rodovia Fernão Dias, em Minas Gerais. Em imagens publicadas nas redes sociais, era possível ver palmeirenses armados com paus e barras de ferro. Rojões também foram usados no confronto. Alguns envolvidos na confusão apareceram ensanguentados.
Em maior número, os torcedores do Cruzeiro espancaram diversos membros da torcida do Palmeiras, entre eles Jorge Luis, atual presidente da Mancha Alvi Verde (veja abaixo).
Os palmeirenses estavam indo para Belo Horizonte, onde o Verdão jogaria contra o Atlético-MG pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro. Os cruzeirenses se deslocavam para Campinas, onde a equipe tem jogo contra a Ponte Preta pela 32ª rodada da série B.