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Federação de hotéis e restaurantes de SP promove boicote ao Carrefour

Entidade de hotéis, bares e restaurantes divulgou nota em repúdio ao anúncio de que o Carrefour deixaria de comprar carnes do Mercosul

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Imagem de fachada do supermercado Carrefour - Metrópoles
1 de 1 Imagem de fachada do supermercado Carrefour - Metrópoles - Foto: Joan Cros/NurPhoto via Getty Images

São Paulo — A Federação de Hotéis, Bares e Restaurantes do Estado de São Paulo (Fhoresp) convocou os empresários do setor para que boicotem a rede de supermercados Carrefour. A entidade recomendou a postura após, na última quarta-feira (20/11), o CEO do Grupo Carrefour na França, Alexandre Bompard, anunciar que a rede varejista deixará de comprar carne dos países do Mercosul.

Segundo Bompard, a comercialização colocaria o Carrefour sob risco de repercussões negativas no mercado francês, ao alegar que as carnes não atendem aos requisitos e às normas da União Europeia.

“Esta é uma oportunidade de mostrar nossa força coletiva em defesa da economia e dos princípios que sustentam nossa gastronomia e o agronegócio”, diz a nota publicada, na última sexta-feira (22/11), pela entidade que representa cerca de 502 mil empresas.

A federação classificou a medida citada por Bompard como “puramente protecionista”. “Consideramos tal postura não apenas desrespeitosa quanto à qualidade das nossas carnes, mas também prejudicial a toda a cadeia produtiva brasileira, reconhecida mundialmente pela sua excelência”, diz o texto.

A nota ainda diz que “o Carrefour, que se beneficia enormemente do mercado brasileiro, operando como a maior rede varejista do país com mais de 500 lojas, deveria demonstrar mais respeito e valorização pelos produtos que enriquecem seus acionistas. (…) É inaceitável que uma empresa que prospera em solo brasileiro adote práticas que desconsideram a qualidade e o trabalho árduo dos nossos produtores”.

Reações

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) reagiu, ainda na última quarta-feira, à decisão do Carrefour francês de não mais comercializar a carne produzida nos países do Mercosul, como Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

A pasta federal “reitera a qualidade e o compromisso da agropecuária brasileira com a legislação e as boas práticas agrícolas, em consonância com as diretrizes internacionais”. A pasta rechaçou as declarações de Alexandre Bompard quanto às carnes produzidas pelos países do Mercosul.

“No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo, mantendo relações comerciais com aproximadamente 160 países, atendendo aos padrões mais rigorosos, inclusive para a União Europeia, que compra e atesta, por meio de suas autoridades sanitárias, a qualidade e sanidade das carnes produzidas no Brasil há mais de 40 anos”, diz o Mapa.

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimento (Apex-Brasil) também considerou “lamentável” a declaração de Alexandre Bompard.

A Apex afirmou que o Brasil é um importante produtor global e que tem “assegurado” a segurança alimentar de populações dos mais diversos países.

“Entendemos não haver motivos razoáveis para restrições à carne produzida no Mercosul. Seguimos os mais rigorosos padrões sanitários e ambientais, que garantem sua qualidade em todas as operações de venda de proteína brasileira ao exterior”, diz a agência.

Legislação rigorosa

O Ministério da Agricultura ainda salientou que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor.

“[Brasil] Apresentou à União Europeia propostas de modelos eletrônicos que contemplam as etapas iniciais do Regulamento de Desmatamento da União Europeia (EUDR), demonstrando compromisso com uma produção rastreável e transparente, sendo que os modelos privados de rastreabilidade são amplamente reconhecidos e aprovados pelos mercados europeus”, ressalta a pasta.

O Mapa destacou, ainda, “o compromisso da agropecuária brasileira com a qualidade, sanidade e sustentabilidade dos alimentos produzidos no Brasil para contribuir com a segurança alimentar e nutricional de todo o mundo”.

O Metrópoles procurou o Carrefour para comentar o boicote proposto pela Federação de Hotéis, Bares e Restaurantes do Estado de São Paulo, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para atualizações.

 

 

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