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Favorito em SP após acertar estratégia, Nunes vê abstenção como risco

Ricardo Nunes lidera a disputa em SP com apoio de Tarcísio e aliança ampla, mas combate risco de abstenções que podem favorecer Boulos

atualizado

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Ricardo Nunes
1 de 1 Ricardo Nunes - Foto: Divulgação

São Paulo – O prefeito Ricardo Nunes (MDB) chega ao último dia da campanha pela reeleição neste sábado (26/10) com amplo favoritismo depois de acertos na estratégia política, mas ainda de olho no percentual de abstenção de eleitores dispostos a não votar, o que, segundo seus aliados, exige atenção redobrada contra uma improvável virada de seu adversário, o deputado Guilherme Boulos (PSol).

Com 49% das intenções de voto ante 35% do rival, segundo pesquisa Datafolha divulgada na última quinta-feira (24/10), Nunes manteve a liderança nas sondagens durante todo o segundo turno, deixando pouco espaço para que o candidato do PSol se consolidasse como uma ameaça real.

Para os aliados mais próximos de Nunes, os números revelam que o verdadeiro desafio do emedebista foi conter o crescimento do influencer Pablo Marçal (PRTB), terceiro colocado no primeiro turno, e não de Boulos, que não conseguiu superar o alto índice de rejeição.

Na segunda fase da campanha, Nunes apostou em replicar a estratégia bem-sucedida de Bruno Covas (morto em 2021), que rotulou Boulos como representante da “extrema esquerda” e se posicionou como candidato de centro-direita para ganhar, apesar do apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Boulos, por sua vez, não conseguiu expandir sua base de apoio além de eleitores alinhados à esquerda, mesmo diante de temas críticos, como o apagão que deixou mais de 3 milhões de imóveis sem energia elétrica na Grande São Paulo, incluindo a capital, há duas semanas.

A crise chegou a ser chamada de “santo apagão” por aliados de Boulos, sugerindo que falhas na zeladoria da gestão Nunes estava associada ao incidente, por provocar queda de árvores sobre a rede elétrica. Nunes, no entanto, reagiu responsabilizando órgãos federais que fiscalizam a concessionária, que estão sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que apoia Boulos.

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Nunes com Michel Temer, seu correligionário
Aliados de Nunes durante ato político
Nunes durante palestra na Federação Israelita de SP
Nunes em caminhada no Parque Santo Antônio, zona sul
Nunes durante palestra para procuradores do município
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Nunes, missionário Valdemiro Santiago e Tarcísio

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Nunes com Michel Temer, seu correligionário

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Aliados de Nunes durante ato político

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Nunes durante palestra na Federação Israelita de SP

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Nunes em caminhada no Parque Santo Antônio, zona sul

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Nunes durante palestra para procuradores do município

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Nunes falando a profissionais da Educação

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Nunes prega um governo “liberal”, focado em privatizações para reduzir gastos de custeio e em ações de segurança pública em parceria com o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), que se mostrou um importante cabo eleitoral do prefeito. Boulos propõe um governo voltado a melhorar a saúde pública e expõe uma série de suspeitas acerca da gestão do prefeito, como a ligação dele com a chamada máfia das creches e das obras emergenciais feitas sem licitação.

Acertos Estratégicos

Desde o final de 2022, o núcleo político de Nunes – composto por ex-tucanos e emedebistas paulistanos – foi cauteloso em relação a uma aproximação com Jair Bolsonaro (PL) para a eleição. A aliança era encarada como fundamental para evitar um candidato de direita que pudesse polarizar a disputa com Boulos e tirar o emedebista do segundo turno.

A cautela se deu porque a equipe temia que Bolsonaro trouxesse rejeição entre parte do eleitorado, conforme indicava uma pesquisa interna que rodou entre os aliados no começo do ano. Ela dizia, segundo um integrante da equipe, que a cada voto trazido por Bolsonaro, dois votos eram perdidos por causa dele.

Mesmo assim, Nunes seguiu o plano e aceitou Coronel Mello Araújo (PL), indicado por Bolsonaro, como seu vice, ao obter apoio do ex-presidente. Mas, no decorrer do período de campanha, Bolsonaro também acenou a Pablo Marçal durante a disputa e só participou presencialmente da campanha na reta final, em um almoço na última terça-feira (22/10), em um restaurante no Morumbi. O discurso de apoio a Nunes no evento durou três minutos.

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Candidato à reeleição, Ricardo Nunes vota na zona sul
Candidato à reeleição, Ricardo Nunes vota na zona sul
Candidato à reeleição, Ricardo Nunes vota na zona sul
Tarcísio de Freitas faz coletiva ao lado de Ricardo Nunes após votação do 1º turno
O candidato à prefeitura Ricardo Nunes (MDB) vota em sua seção eleitoral na zona 246
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Nunes vota em São Paulo

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Candidato à reeleição, Ricardo Nunes vota na zona sul

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Candidato à reeleição, Ricardo Nunes vota na zona sul

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Candidato à reeleição, Ricardo Nunes vota na zona sul

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Tarcísio de Freitas faz coletiva ao lado de Ricardo Nunes após votação do 1º turno

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O candidato à prefeitura Ricardo Nunes (MDB) vota em sua seção eleitoral na zona 246

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Ricardo Nunes (MDB) recebeu doação de família de empreiteiros

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O PL, contudo, já articula expandir sua presença na Prefeitura como resultado da aliança, visando a Secretaria Municipal da Educação, pasta com um orçamento de quase R$ 23 bilhões e relevância ideológica.

Meios de Comunicação

A aproximação com Bolsonaro e o PL não foi o único pilar da campanha de Nunes. Outro acerto estratégico foi montar uma ampla coligação partidária, com 12 partidos, garantindo a maior fatia da propaganda eleitoral gratuita.

No primeiro turno, Nunes teve 63% do tempo de rádio e TV, o que se mostrou crucial especialmente quando as pesquisas indicavam uma tendência de perda de terreno para Marçal. Quando a propaganda televisiva começou, no fim de agosto, Nunes voltou a crescer nas intenções de voto, surpreendendo aliados e analistas que vinham notando o alcance digital dos apoiadores do candidato do PRTB.

Entre os apoios recebidos, o mais significativo foi o do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que viu em Nunes um aliado mais confiável do que Marçal. Logo que o influencer despontou como um concorrente viável, o governador começou a criticá-lo publicamente, afirmando que ele seria “um desastre” para a cidade.

Tarcísio se envolveu na campanha de Nunes de maneira ativa, promovendo eventos e caminhadas com o prefeito e até pedindo votos na ausência dele a empresários e líderes religiosos. No segundo turno, com Nunes consolidado nas pesquisas, Tarcísio pôde reduzir seu ritmo de campanha, mas ainda assim foi descrito pelo próprio prefeito como “a grande figura da eleição”.

Temor das Abstenções

Nesta semana, com as pesquisas apontando seu favoritismo, Nunes usou seus discursos de campanha para incentivar a participação dos eleitores. A pesquisa Datafolha de quinta-feira indicou que mais de 60% dos eleitores que dizem votar em Nunes o fazem por falta de outras opções. Em contraste, o percentual de votos convictos é maior no caso de Boulos.

No primeiro turno, o índice de abstenção foi de 28%. Historicamente, o índice tende a subir no segundo turno, o que justifica os alertas dados pelo prefeito, segundo seus aliados.

A campanha do prefeito acredita que os eleitores mais propensos a não comparecer são aqueles que, se votassem, optariam por Nunes. Assim, para a equipe do emedebista, garantir a vitória neste domingo depende de assegurar que todos os votos potenciais sejam confirmados nas urnas.

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