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Faria Lima tem quase 700 roubos e furtos de celular em 9 meses

Polícia Civil registrou quase 700 roubos e furtos de celular de janeiro a setembro na Avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo

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São Paulo — Centro financeiro do país, a Avenida Brigadeiro Faria Lima teve quase 700 roubos e furtos de celular entre janeiro e setembro, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo. Basta caminhar pelas calçadas da via e conversar com pessoas que trabalham ou passam diariamente pelo local para ouvir relatos de quem teve o aparelho levado, presenciou a ação dos criminosos ou conhece alguém que foi vítima desse tipo de crime.

De janeiro a setembro, a Polícia Civil registrou 561 furtos e 134 roubos de celulares na Faria Lima, uma queda de 26% e 13,5%, respectivamente, em relação ao mesmo período do ano passado. Entretanto, de julho a setembro, houve aumento nos furtos, passando de 167 para 214 o trimestre (28,1%).

Mesmo vigiada por câmeras, com ampla rede de segurança privada e presença de policiais militares principalmente ao redor da estação da Linha 4-Amarela, de metrô, a Faria Lima passa aos frequentadores a sensação de insegurança, que se confirma nos números.

A coordenadora de fundos Ione Macedo, 30 anos, teve o celular levado por criminosos em frente ao prédio onde trabalha, enquanto aguardava um carro de aplicativo. “Na hora em que fui entrar, eles tomaram da minha mão, com o celular desbloqueado”, afirma.

O crime fez com que Ione mudasse parte de sua rotina ao caminhar pela região. “Coloquei o celular no seguro, não ando com ele exposto e tomo medidas de segurança em relação a mochila, bolsa para não acontecer novamente”, diz.

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Movimentação na Avenida Brigadeiro Faria Lima, na zona oeste de São Paulo
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Entre pessoas que passam local diariamente, são comuns os relatos de furtos. “Já presenciei muitas vezes. Eles passam de bicicleta e puxam”, diz a bancária Adriane Ricci, 48 anos, que também mudou os hábitos. “O celular fica preso na roupa”, afirma.

A técnica administrativa Amanda Cunha Oliveira Torres, 50 anos, também já viu o crime acontecer na Faria Lima. “Infelizmente, sim. A pessoa ficou super revoltada, porque estava na cintura dela e o rapaz passou de moto e levou”, diz. “Só ando com ele na bolsa, porque é a única solução. Se andar com ele olhando, infelizmente você pode perder”, afirma.

Embora seja cenário constante desse tipo de crime, a Faria Lima ainda está longe de alcançar a Avenida Paulista, por exemplo, onde foram 1.660 furtos e 303 roubos de celulares no mesmo período.

O que diz a SSP

A SSP afirma que tem investido na integração policial para combater esses delitos. “Como resultado, esse indicador recuou 19,9% em toda a capital, nos primeiros nove meses do ano. Se analisados os índices da 1ª e 3ª seccionais, responsáveis pelas regiões mencionadas, a tendência se manteve, com quedas de 29% e 12%, respectivamente. O mesmo ocorreu com as delegacias que cobrem as áreas citadas (1º, 3º, 4º, 15º e 78º DP), as quais apresentaram reduções entre 24 e 54%.”, diz, em nota.

Segundo a SSP, no acumulado, apenas 15 delegacias da cidade de São Paulo apresentaram aumento no índice, o que representa 16,1% do total de distritos (93). “Por isso, a secretaria continua intensificando o policiamento preventivo e ostensivo, bem como as investigações, aliando a esses esforços o uso de inteligência e tecnologia”, afirma.

Entre as ações de destaque está a “Operação Mobile”, que visa enfrentar o roubo, furto e receptação de celulares na capital. “De janeiro a setembro deste ano, foi realizada a vistoria de 1.105 estabelecimentos na cidade, resultando na apreensão de 4.906 celulares e na prisão de 337 criminosos. Apenas na área das duas seccionais aqui mencionadas, foram 256 vistorias, 2.590 aparelhos recolhidos e 226 prisões”, afirma, em nota.

A polícia também diz que faz ações para identificar e prender criminosos que agem em grupo, nas chamadas “gangues da bicicleta”, por meio da operação “Speed Bike”. “A ação tem foco especial na Avenida Paulista, mas é realizada no centro como um todo. Com isso, possibilitou, apenas neste ano, 24 prisões e a apreensão de 143 bicicletas”, diz, em nota.

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