Franco da Rocha: familiares de presos e sindicato relatam precariedade
Sem respostas e informações sobre a rebelião no presídio de Franco da Rocha, familiares protestaram batendo em viaturas da SAP
atualizado
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São Paulo – Terminou sem reféns ou agentes feridos a rebelião na Penitenciária 1 de Franco da Rocha (SP), neste neste sábado, (20/7), de acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). A situação foi controlada por volta das 13h30 pelo Grupo de Intervenção Rápida (GIR).
Do lado de fora do presídio, familiares dos presos aguardavam desesperados por um desfecho. “Quem é? Quem é?”, gritou uma mãe quando uma ambulância saiu do presídio. Sem respostas e informações, familiares protestaram batendo em viaturas da SAP. Dentro da prisão, homens nus amontoados no chão do pátio aguardavam para retornar às celas.
Os momentos de tensão expuseram problemas na unidade prisional. Um dos agentes de segurança quase sofreu um acidente por conta da estrutura do teto do presídio. O Sindicado dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp) denunciou as condições precárias da penitenciária.
“Na prática, a conta não fecha. Cada dois servidores desempenham a função de três, resultando em sobrecarga, condições de trabalho insalubres e um ambiente propício para tragédias”, apontou a entidade.
Em 2021, o sindicato denunciou que a cadeia tinha sérios problemas estruturais, que poderiam resultar em desabamento.
Três presos sofreram ferimentos e foram encaminhados para atendimento hospitalar após o motim. Outros quatro foram atendidos na enfermaria da unidade por inalação de fumaça. “Todos foram atendidos, estão conscientes e fora de risco”, informou em nota a SAP. Os detentos teriam ateado fogo em colchões e tecidos, e o Corpo de Bombeiros precisou ser acionado.
Dia de visita e início do motim
Aproximadamente 60 pessoas aguardavam do lado externo quando o motim começou na unidade prisional que opera com superlotação. “Funcionários estão agredindo os presos”, relatou uma mulher em entrevista à TV Globo.
Ela visitava o marido quando o motim começou. “A alimentação, muitas vezes, chega azeda e eles não mandam outras refeições para suprir. Banho de sol está sendo reduzido também”, relatou. Segundo a mulher, parte das visitas estava suspensa.
O Metrópoles apurou que uma das motivações da rebelião seria a cozinha da penitenciária, que teria se negado a entregar a refeição aos presos. Após uma discussão envolvendo detentos e agentes penitenciários, a situação que já estava crítica foi escalonando. Após intervenção do GIR, o motim foi controlado.