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Família não registra óbito de delator do PCC com medo de represália

Corretor e funcionário de Antonio Vinicius Gritzbach foram ao cartório registrar de maneira tardia óbito do delator do PCC, sem sucesso

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Antonio Vinícius Gritzbach, delator do PCC, foi morto no aeroporto de Guarulhos - Metrópoles
1 de 1 Antonio Vinícius Gritzbach, delator do PCC, foi morto no aeroporto de Guarulhos - Metrópoles - Foto: Reprodução/SBT

São Paulo – Com medo de represálias, a família de Antonio Vinícius Gritzbach não compareceu ao cartório para registrar o óbito do delator. Um homem que se diz funcionário e corretor de imóveis — assim como Gritzbach — tentou dar entrada na documentação no início de dezembro, mês seguinte ao assassinato do empresário que entregou a investigadores esquema de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC).

O corpo de Gritzbach foi enterrado dois dias após o empresário ser executado a tiros em frente ao Aeroporto de Guarulhos. O enterro foi realizado no dia 10 de novembro, no cemitério Parque Morumby, na zona sul de São Paulo.

Foi só quando recebeu o pedido pela confecção da certidão, no dia 3 de dezembro, que o cartório constatou que ninguém havia registrado o documento. Por isso, a autarquia pediu à Justiça para que fosse feito um registro de óbito tardio.

No pedido, consta a ida de um funcionário de Gritzbach para registrá-lo. “O declarante é funcionário do falecido e devido à repercussão na mídia compareceu, pois a família não se sente segura para comparecer, devido questões de represálias.”

A juíza da 2ª Vara de Registros Públicos, Fernanda Perez Jacomini, não aceitou o requerimento e mandou o cartório procurar parentes que confirmem a autenticidade do pedido de certidão por considerar que não existem provas da ligação de Gritzbach com o autor do pedido. O homem que procurou o cartório, no entanto, deixou na autarquia documentos pessoais de Gritzbach, como um RG.

A execução do delator

Gritzbach foi executado no último dia 8 de novembro, na frente de sua namorada e de dezenas de testemunhas, na área de desembarque do Terminal 2 de Cumbica. Foram disparados, ao todo, 29 tiros de fuzil — 10 disparos atingiram a vítima. Ele era jurado de morte pelo PCC e acabara de retornar de uma viagem ao Nordeste, onde permaneceu sete dias com a namorada e seguranças particulares, entre eles um policial militar.

Minutos após a execução, os atiradores embarcaram em um Volkswagen Gol preto e fugiram do local. O veículo foi captado por câmeras de monitoramento antes do crime. O carro dá ao menos três voltas no acesso da plataforma de desembarque que seria usada por Gritzbach.

Após o alerta do olheiro, o Gol preto foi deslocado para a frente de um ônibus da Guarda Civil Municipal de Guarulhos, de onde a dupla de atiradores desembarcou.

Até agora, dois suspeitos foram presos e pelo menos 13 policiais são investigados pelo crime: oito militares que faziam a escolta do empresário e cinco policiais civis que foram denunciados por Gritzbach por corrupção em delação.

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