Família de são-paulino morto processa governo de SP e pede R$ 1 milhão
Familiares de Rafael Garcia, são-paulino morto pela PM após final da Copa do Brasil, pede indenização por danos morais ao governo do estado
atualizado
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São Paulo – A família do são-paulino, Rafael dos Santos Tercilio Garcia, de 32 anos, morto em ação da Polícia Militar após a final da Copa do Brasil, no último dia 24, entrou com uma ação na Justiça de São Paulo pedindo uma indenização de R$ 1 milhão por dano moral ao governo do estado. O processo está em segredo de Justiça.
A mãe de Rafael, Vilma Custodio Garcia, e os irmãos dele, Daniel e Gabriel, são representados pelo advogado Lucas Gabriel Correia Silva Martins, vereador de Itapevi. Em uma rede social, ele afirmou que o objetivo da ação é “encontrar a verdade”.
“Há um profundo desejo de encontrar a verdade e garantir que nenhuma vida seja perdida em vão. A família, os amigos e todos aqueles que amam o futebol e valorizam a segurança nos estádios merecem respostas”, disse o advogado Lucas.
“A família, os amigos e todos aqueles que amam o futebol e valorizam a segurança nos estádios merecem respostas”, completou.
Munição não letal da PM
Rafael Garcia foi atingido por um disparo munição não letal da Polícia Militar do tipo “bean bag” a uma distância “muito curta”, de acordo com a delegada Ivalda Aleixo, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, que investiga o ocorrido.
A perícia, no entanto, ainda não foi concluída. Segundo o protocolo da PM, um disparo seguro de “bean bag” deve ser feito a no mínimo seis metros e nunca direcionado para a cabeça do alvo.
Em entrevista concedida no último sábado (1º/10), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, admitiu o erro na ação da PM e disse que os protocolos da corporação serão revistos.
“Bean bag”
As “bean bags” estão sendo usadas desde 2021 pela corporação para conter distúrbios urbanos, como grandes aglomerações, a exemplo do tumulto ocorrido após a final da Copa do Brasil, com o título do São Paulo sobre o Flamengo. Esse tipo de munição é utilizado por instituições de policiamento em países como os Estados Unidos e México.
Segundo a PM, trata-se de munição de menor potencial ofensivo e menos letal. Ela é utilizada para causar distração a um possível agressor. Ao atingir o suspeito, a força policial ganha alguns segundos – parece pouco, mas pode ser tempo suficiente para solucionar um sequestro, por exemplo.