Família de refugiados afegãos é vítima de ofensas e agressão em SP
Segundo boletim de ocorrência, homem vestido com roupas tradicionais judaicas-ortodoxas teria dito que mulher afegã era ligada ao “Hamas”
atualizado
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São Paulo – Uma família de refugiados afegãos diz que foi alvo de preconceito por parte de um homem vestido com roupas tradicionais judaicas-ortodoxas, no bairro do Bom Retiro, no centro de São Paulo, no último dia 18 de outubro.
Segundo o boletim de ocorrência, uma mulher afegã estava com os dois filhos pequenos quando um homem se aproximou dela e a empurrou. Na versão apresentada pela família, o agressor teria dito para a mulher que ela pertencia ao grupo terrorista Hamas e que “estava matando as crianças do povo dele”.
Um motoqueiro que passava pela rua presenciou a situação e defendeu a afegã. Poucos minutos depois o marido dela também apareceu e interveio.
De acordo com o B.O., algumas pessoas que passavam pelo local e o funcionário de um mercado da região relataram que o agressor tem um histórico de ofender as pessoas no bairro. O homem não foi identificado no registro policial.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que o caso foi registrado como injúria no último domingo (22/10) e que a vítima foi orientada quanto ao prazo para representação criminal.
A pasta afirma ainda que a Polícia Militar tem intensificado o policiamento nas comunidades judaico-israelenses e palestinas localizadas em São Paulo.
“Esta ação tem como objetivo garantir a segurança e tranquilidade dessas comunidades, promovendo um ambiente seguro para todos os residentes”, diz o texto.
O Instituto Brasil-Israel também divulgou nota sobre o caso e repudiou a atitude de preconceito contra a família afegã.
“Assim como nos colocamos de forma veemente contra o antissemitismo, é preciso falar também da islamofobia. O grupo terrorista Hamas não representa a todos os palestinos, muito menos todos os muçulmanos. Não podemos tolerar a importação do conflito contra um grupo terrorista, imputando responsabilidades a pessoas sem qualquer relação com a situação”, afirma a nota.