Falta de policiais civis bate recorde e déficit chega a 38,5% em SP
Falta de policiais civis nas delegacias de SP atinge 38,5% das vagas pevistas; maior déficit é na carreira de investigador
atualizado
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São Paulo – A falta de policiais civis, responsáveis por esclarecer crimes e atender a população nas delegacias, bateu novo recorde em São Paulo. O déficit chegou a 38,5% em novembro, segundo levantamento de sindicato da categoria.
Hoje, a Polícia Civil de São Paulo tem 41.912 cargos previstos, mas apenas 25.763 estão ocupados. Os dados são do Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo).
A maior defasagem é na carreira de investigador, com 3,9 mil cargos vagos, de acordo com o balanço. Em seguida, aparecem a de escrivão (3,8 mil), agente policial (1,5 mil) e delegado (958).
‘Quadro assustador’
O levantamento mostra, ainda, que o déficit na Polícia Civil é crescente. Em 2017, antes da gestão João Doria e Rodrigo Garcia (PSDB), o índice era de 27,2%.
Para a delegada Jacqueline Valadares, presidente do Sindpesp, o quadro é “assustador” e traz “reflexos diretos no serviço oferecido aos paulistas”.
“A alta defasagem impacta na investigação de crimes e no próprio policial civil, que acaba trabalhando sobrecarregado, assim como afeta também a vida do cidadão, que não consegue se sentir seguro o suficiente para sair de casa”, afirma.
Recomposição
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) afirma que “investe continuamente na valorização, ampliação e recomposição do efetivo policial”. Segundo a pasta, 2.589 policiais foram contratados nesta última gestão.
“Em 8 de agosto, foi publicado no Diário Oficial a autorização para contratação de 3,5 mil policiais civis e técnico-científicos – sendo 1.333 escrivães, 1.250 investigadores, 552 delegados, 249 peritos criminais e 116 médicos-legistas”, afirma.
“Além disso, estão em andamento concursos para contratação de 2.750 novos policiais civis, entre delegados, investigadores e escrivães.”