Falsa médica de UBS disse que comprou registro por R$ 40 na internet
Falsa médica presa após atender 30 pessoas em UBS de Coroados afirmou ter comprado registro falso por R$ 40; polícia desconfia da informação
atualizado
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São Paulo — A falsa médica que foi presa em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) em Coroados, no interior de São Paulo, disse à polícia que pagou R$ 40 pelo registro médico falsificado na internet. Mirian Stefani, de 27 anos, conseguiu trabalhar por quase um dia completo na unidade com o registro de um urologista e atendeu cerca de 30 pessoas.
O delegado Nilton Aparecido, responsável pelo caso, disse ao Metrópoles que o valor informado pela mulher não parece ser verdadeiro, uma vez que a venda de documentos falsos é feita, geralmente, por preços mais altos. A Polícia Civil apreendeu o celular de Mirian a fim de obter mais informações a respeito da fraude.
A falsa médica teve a prisão preventiva decretada pela Justiça paulista na última terça-feira (5/3). Ela havia sido contratada por uma empresa terceirizada de Piracicaba, também no interior, para prestar serviços de clínico geral plantonista no posto de atendimento.
De acordo com o boletim de ocorrência, funcionários da UBS desconfiaram dos procedimentos realizados por Mirian durante os atendimentos. Após a suspeita de que “se tratava de um golpe”, a equipe pesquisou pelo número de registro apresentado pela mulher e constatou que era de um médico.
O delegado Nilton Aparecido informou que Mirian negou de imediato as acusações. Os policiais, então, fizeram contato com a universidade em que a mulher alegava ter feito a graduação em medicina, supostamente concluída em 2022. A faculdade informou que o curso foi inaugurado justamente neste ano, não havendo possibilidade de ela ter estudado no período.
“Diante das evidências, ela não conseguiu sustentar as versões apresentadas e confessou o crime”, afirmou o delegado. A falsa médica revelou aos policiais que comprou o registro na internet, mas não especificou site ou nome de um possível negociador.
Mirian foi encaminhada à Penitenciária Feminina de Tupi Paulista, onde permanece presa. O caso foi registrado como exercício ilegal da medicina, uso de documento falso e falsa identidade na Delegacia de Coroados.
O que diz a prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Coroados afirmou que “a suposta profissional foi designada pela empresa contratada para prestação de serviços médicos de clínico geral plantonista da UBSF, cuja incompatibilidade da atuação foi constatada pelo corpo técnico”.
A administração municipal informou que convocou os pacientes atendidos pela falsa médica para realizar novos atendimentos, desta vez por profissionais habilitados e com registros regulares, “o que está ocorrendo normalmente”, segundo a prefeitura.
O Metrópoles não conseguiu localizar a defesa de Mirian Stefani, nem da empresa terceirizada que a contratou. O espaço segue aberto para manifestações.