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Fake news ou crime encomendado? O que se sabe sobre o caso do Guarujá

Versão de que comerciante morto foi linchado no litoral de SP após uma fake news foi derrubada após notícia de que ex estaria envolvida

atualizado

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1 de 1 osil guedes - Foto: Reprodução

São Paulo — O caso que surgiu na última quarta-feira (3/5) como o linchamento de um comerciante inocente por causa de uma fake news no Guarujá, litoral paulista, teve uma reviravolta nessa segunda-feira (8/5), após vir à tona a suspeita de que as agressões a Osil Vicente Guedes, de 49 anos, teriam sido ordenadas pela ex-mulher dele.

Desde então, o fim do relacionamento do comerciante com a psicóloga Vanessa Regina Benedito de Almeida, ocorrido há cerca de dois meses, se tornou um dos pontos centrais da investigação sobre a morte dele, confirmada no último domingo (7/5), três dias após Osil ser espancado por quatro homens na cidade do litoral sul de São Paulo.

A versão inicial de que o comerciante teria sido vítima de uma fake news após ser falsamente acusado de roubar uma moto, no meio da rua, caiu por terra após a notícia, divulgada com exclusividade pelo Metrópoles, de que ele havia sido espancado um dia antes (2/5) pelo mesmo grupo, na mesma região.

Os dois episódios de agressão aconteceram no bairro Vicente de Carvalho, na periferia do Guarujá. De acordo com os registros policiais, Osil tinha ido ao bairro para encontrar a ex-mulher Vanessa, de quem ele havia se separado dois meses antes.

Pessoas próximas a Osil contaram que ele tinha um histórico de problemas emocionais e vinha enfrentando uma forte crise depressiva desde a separação de Vanessa. O comerciante estaria, inclusive, tomando remédios tarja preta para superar o rompimento, com o qual ele não concordava.

No final de abril, segundo a polícia, o ex-casal teve uma discussão acalorada e Osil teria enviado um vídeo para Vanessa dizendo que se mataria caso eles não reatassem. No vídeo, ele pede ainda que ela cuide do filho caçula dele, de 9 anos, fruto de outro relacionamento. A psicóloga teria ignorado o ex-marido.

Agressões à ex

Foi então que, na terça-feira da semana passada (2/5), o comerciante foi até o consultório de Vanessa. Na versão dada por ela à polícia, Osil a ameaçou, quebrou móveis e a agrediu. A PM confirmou ter recebido o chamado, mas quando chegou ao local, Osil não estava mais lá.

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Osil era dono de uma empresa de reciclagem
E tinha um filho de 9 anos
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Osil morreu no domingo (7/5), após ser brutalmente agredido

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Osil era dono de uma empresa de reciclagem

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Na ocasião, após deixar o local, o comerciante foi cercado por pelo menos três homens. Além de ser agredido, ele teve sua motocicleta danificada pelo grupo. Osil foi socorrido por um irmão, que foi até lá para buscá-lo. Depois disso, em um áudio enviado a uma parente em Pernambuco, ele disse que foi Vanessa quem mandou os criminosos espancá-lo (ouça abaixo).

“Ela te contou que ela chamou três traficantes para me espancar? O cunhado dela e mais dois, mais dois bandidos perigosos?”, pergunta Osil à sua parente.

Segundo ataque

Ainda abalado emocionalmente, Osil decidiu procurar Vanessa novamente no dia seguinte. Na quarta-feira (3/5), ele voltou ao bairro Vicente de Carvalho e chamou pela ex-mulher, que não o atendeu.

Ao sair do local, foi emboscado por pelo menos três homens e brutalmente espancado, inclusive com pedaços de pau e com um capacete. Ele ficou quatro dias internado no Hospital Santo Amaro. Sua morte encefálica foi confirmada no domingo (7/5).

A polícia do Guarujá já identificou alguns suspeitos e tomou depoimentos de testemunhas nessa segunda-feira (8/5). O caso segue sob investigação. A reportagem tentou contato com Vanessa, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.

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