Fábrica de produtos químicos leva multa milionária por explosão em SP
A Cetesb levou em conta os danos ambientais e os danos as vítimas para multar a fábrica de produtos químicos em quase R$ 17 milhões
atualizado
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São Paulo — A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) multou a fábrica de produtos químicos, Innove Química, em R$ 16,75 milhões, por conta dos danos ambientais causados em decorrência da explosão do último dia 11 de outubro que deixou 3 mortos, em Sertãozinho, no interior de São Paulo.
Em nota divulgada enviada ao Metrópoles nea segunda-feira (21/10), a pasta afirmou que levou em conta como agravante os danos sofridos pelas vítimas, além de o “desalojamento da comunidade no entorno da área” e a poluição do ar causada pelo fogo.
A Cetesb já havia avisado, na última terça-feira (15), que investigava o caso e que punições poderiam acontecer. O gerente regional da companhia, Otávio Okano, afirmou que a empresa não tinha autorização para operar como um depósito no local. A fábrica negou que a unidade atingida pela explosão atuasse dessa forma, mas sim como um ponto de transbordo, e que a Cetesb sabia.
Questionada pela reportagem sobre a multa, a Innove Química afirmou que até o momento ainda não foi notificada de qualquer autuação ou imposição de multa.
Explosão e feridos
Segundo o Corpo de Bombeiros, o incêndio começou por volta das 12h35 do dia 11 de outubro. Ao todo três pessoas morreram e uma está internada, segundo Defesa Civil de Sertãozinho. A explosão tomou grandes proporções e, apesar de ter começado em um caminhão, atingiu a fábrica Innove Química, do setor de limpeza.
Uma câmera de segurança registrou o momento da explosão:
Para a ocorrência foram acionadas 10 viaturas dos bombeiros, totalizando 25 combatentes. Além disso, ajudaram na operação a Guarda Civil, a Polícia Militar (PM), a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e algumas usinas locais.
De acordo com a Prefeitura de Sertãozinho, toda a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade foi mobilizada para atender os casos relacionados ao acidente. Cerca de 30 pessoas procuraram o posto de saúde. Quatro, em estados mais graves, foram encaminhados para hospitais com mais estrutura na região. Os hospitais de Ribeirão Preto, cidade vizinha, colocaram possíveis vítimas do acidente como prioridade em seus atendimentos.
A Polícia Civil de Sertãozinho também investiga o caso. O delegado responsável pela apuração do ocorrido, Plaucio Fernandes, afirmou que aguarda a elaboração dos laudos para realizar a análise. “O motorista do caminhão e os policiais militares que atenderam a ocorrência foram ouvidos. A equipe da unidade prossegue com as diligências para esclarecer todos os fatos”.
Por conta da explosão e do fato de envolver produtos químicos, algumas casas foram interditadas pelas equipes de resgate. A Innove afirmou que vai reformar as residências afetadas e que, enquanto isso, os moradores ficarão alojados em casas ou hotéis oferecidos pela empresa.