Extorsão é o crime que mais provocou prisão de policiais civis em SP

São Paulo — Em cinco anos, 246 policiais civis foram presos no estado de São Paulo, representando uma prisão por semana. Casos de extorsão, violência doméstica e tráfico de drogas lideram a lista de crimes atribuídos a agentes da Polícia Civil, obtida pelo Metrópoles.

Entre 2018 e 2022, 40 policiais civis foram presos sob a suspeita de terem extorquido dinheiro, número que representa 16% de todas as detenções de agentes no período. A prática é feita, geralmente, contra criminosos ligados ao tráfico de drogas.

Em maio deste ano, o Metrópoles mostrou que cinco policiais do 49º DP (São Mateus) foram levados à Corregedoria da Polícia Civil para prestar esclarecimentos após serem denunciados anonimamente por supostamente pedir dinheiro em troca da liberação de droga apreendida com traficantes.

Os agentes negaram as acusações. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o caso segue sob investigação na Corregedoria, por meio de um inquérito policial.

Depois da extorsão, o crime de violência doméstica foi a segunda maior causa de prisões de policiais civis no período, com 24 casos, seguido de envolvimento com o tráfico de drogas, com 21. Entre janeiro e setembro deste ano, 27 policiais civis foram presos por diversos crimes, liderados por concussão (4), que é a vantagem indevida exigida por servidor público.

Demitidos

Segundo registros da Polícia Civil, entre janeiro e setembro do ano passado, 13 policiais foram demitidos ou expulsos da instituição, sob suspeita de ilegalidades. O tipo de crime com maior número de expulsões foi o envolvimento com o tráfico de drogas, com seis casos, seguido das ocorrências de corrupção, com quatro.

Ao longo de todo o ano de 2021, foram 19 expulsões, das quais 10 por corrupção. O ano de 2020 foi o que mais registrou demissões (37), superando as 19 do período pré-pandemia.