Exército mantém 45 militares aquartelados em SP após furto de armas
Segundo o Comando Militar do Sudeste, ao menos 20 militares serão responsabilizados pelo furto de 21 armas do Arsenal de Guerra na Grande SP
atualizado
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São Paulo – O Exército mantém cerca de 45 militares aquartelados no Arsenal de Guerra em Barueri, na Grande São Paulo, enquanto investiga o furto de 21 metralhadoras do quartel. Até esse sábado (21/10), ao menos 160 militares continuavam no local.
“Eles não estão presos, estão no quartel para colaborar com as investigações”, disse, neste domingo (22/10), o general Maurício Vieira Gama, chefe do Estado-Maior do Sudeste.
Conforme revelado pelo Metrópoles na semana passada, criminosos levaram 13 metralhadoras calibre .50, capaz de derrubar aeronaves, e oito calibre 7,62, que perfuram veículos blindados. O furto teria ocorrido entre os dias 5 e 8 de setembro e foi descoberto no último dia 10/10, durante uma inspeção no quartel.
Inicialmente, todo o quartel – cerca de 480 militares – havia sido retido para que o Exército ouvisse depoimentos e reduzisse a quantidade de suspeitos envolvidos no episódio.
Militares serão responsabilizados
Ao menos 20 militares devem ser responsabilizados na esfera administrativa pelo furto e o Comando Militar do Sudeste deve solicitar, nos próximos dias, a prisão dos suspeitos à Justiça Militar na esfera criminal.
“Brevemente, militares serão submetidos à prisão cautelar com autorização da Justiça. Isso deve ocorrer em breve com os indícios que nós temos”, disse o general. Segundo ele, há oficiais, sargentos, cabos e soldados na relação de suspeitos de terem cometido alguma transgressão na esfera administrativa para facilitar o furto das armas.
“Nós tínhamos em torno de 20 militares, mas a medida que isso está sendo revisto e apurado, outros militares podem entrar nessa relação de apuração na esfera disciplinar”, afirmou o general.
A penalidade para a transgressão nessa esfera pode ser de até 30 dias de prisão disciplinar.
Até o momento, 17 das 21 metralhadoras foram recuperadas pelas polícias de São Paulo e do Rio: nove em São Roque, no interior paulista, e oito em Gardênia Azul, comunidade da zona oeste do Rio de Janeiro. Todas as metralhadoras calibre 7,62 foram encontradas, mas ainda restam quatro calibre .50, que tem potencial para derrubar aeronaves.
Segundo a Polícia Civil, as armas seriam vendidas para as facções Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV), que recusaram o armamento por falta de peças e por causa do estado de conservação das metralhadoras.
Após o escândalo do furto das armas de alto poder destrutivo, o comandante do Exército, Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, exonerou do cargo, nessa sexta-feira (20/10), o diretor do Arsenal de Guerra de São Paulo, Rivelino Barata de Sousa Batista. Ele, porém, não foi demitido, mas sim transferido de estado.