metropoles.com

Exclusivo: saiba por que Cupertino demitiu advogado durante julgamento

Em entrevista ao Metrópoles, defensor de Paulo Cupertino afirmou que ex-cliente ficou exaltado e, por isso, foi algemado a pedido de juiz

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Arte/Metrópoles
Imagem colorida de dois homens, com fundo de um júri. Esquerda, homem branco sem barba e cabelo extremamente curto. Direita, homem branco, de cabelo curto preto e cavanhaque da mesma cor - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de dois homens, com fundo de um júri. Esquerda, homem branco sem barba e cabelo extremamente curto. Direita, homem branco, de cabelo curto preto e cavanhaque da mesma cor - Metrópoles - Foto: Arte/Metrópoles

São Paulo — “Ele queria ouvir o depoimento da Isabela, e isso gerou a grande explosão.” Com essas palavras, o advogado Alexander Neves Lopes resume o que teria motivado sua demissão, feita pelo então cliente Paulo Cupertino Matias, durante o julgamento pelo assassinato do ator Rafael Miguel e dos pais do jovem — crime ocorrido em 2019, na zona sul paulistana.

Filha de Cupertino, Isabela Tibcherani afirmou, mais de uma vez, que o pai era uma pessoa possessiva e que não aceitava o relacionamento dela com o ator, que ficou conhecido do grande público por compor o elenco da novela Chiquititas.

Como mostrado pelo Metrópoles, Isabela solicitou à Justiça, juntamente com a mãe, Vanessa Tibcherani, para testemunhar contra o pai de forma virtual durante o júri popular ao qual ele seria submetido no último dia 10.

A solicitação restou negada. No entanto, foi permitida a retirada dele do plenário quando ambas fossem narrar o caso aos jurados. E esse teria sido o estopim da explosão do acusado.

8 imagens
O crime ocorreu em 2019
A filha já depôs contra o réu
Rafael Miguel, morto a tiros com a família por Paulo Cupertino
Paulo Cupertino é réu por matar Rafael Miguel e os pais dele
1 de 8

Reprodução/Band
2 de 8

O crime ocorreu em 2019

Polícia Civil/Reprodução
3 de 8

A filha já depôs contra o réu

Instagram/Reprodução
4 de 8

Rafael Miguel, morto a tiros com a família por Paulo Cupertino

Arquivo pessoal
5 de 8

Polícia Civil/Reprodução
6 de 8

Paulo Cupertino é réu por matar Rafael Miguel e os pais dele

Reprodução/Polícia Civil
7 de 8

Paulo Cupertino em sítio em Mato Grosso do Sul

Polícia Civil de São Paulo/Reprodução
8 de 8

Paulo Cupertino Matias

Reprodução

Vanessa, que manteve relacionamento com o réu por mais de 20 anos, mudou de ideia no último instante, permitindo que Cupertino acompanhasse presencialmente o depoimento dela. O réu vestia uma camisa azul clara, calça jeans, estava com os cabelos longos e revoltos, semelhantes aos que usava na ocasião do crime, e sem algemas.

Conforme Vanessa começou a falar, evitando mencionar o nome dele, Cupertino pareceu inquieto. “Acontece que ele começou a se alterar um pouco ali. Aí, o juiz determinou que fosse colocado novamente a algema nele”, afirmou Alexander. Com as mãos presas, ele ouviu Vanessa falar por cerca de uma hora e meia.

O depoimento mais esperado

Assim que Vanessa concluiu o relato, Cupertino foi retirado do plenário. Era o momento da filha. Diferentemente da mãe, ela manteve a decisão de que o pai fosse mantido fora do recinto.

Ela contou que estava na garagem da casa da família quando o pai atirou 13 vezes contra Rafael e os pais dele, João Alcisio Miguel, de 52 anos, e Miriam Selma Miguel, de 50. O ator e os familiares foram até a residência de Isabela, em Pedreira, na zona sul, para falar com Cupertino sobre o namoro dos filhos, que não era aceito pelo pai da garota. À época do crime, Isabela tinha 18 anos, e Rafael, 22.

Enquanto Isabela falava, Cupertino começou a ficar agressivo na cela para onde foi levado. “Ele queria de qualquer maneira presenciar o depoimento da filha. Só que ela estava protegida pela lei”, afirmou ao Metrópoles o advogado Alexander Neves Lopes.

“Aí ele começou a se alterar [novamente], a gritar. Ele urinou, inclusive, onde se encontrava, na cela, e no meio dessa gritaria ele falou que não me queria como advogado. O juiz não pôde tomar outra atitude a não ser anular o julgamento, ou seja, dissolver o conselho de sentença”, acrescentou o agora ex-defensor.

O advogado ainda destacou que foi “pego de surpresa” com a conduta do réu.

Cupertino também teria se incomodado com a presença de assessores de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), que registravam os bastidores com câmeras de vídeo e de fotografia. O réu achava que os funcionários eram de veículos de comunicação.

Sete encontros presenciais

Antes do julgamento, advogado e réu se encontraram sete vezes, nas quais Cupertino teria agido de forma tranquila.

“Ele nunca foi alterado comigo, falamos sobre o processo, as estratégias, como eu iria defender a versão dele no plenário. Mas a atitude dele me surpreendeu, teve altos e baixos após ver a Vanessa depor e, principalmente, quando foi retirado [do recinto] no momento do depoimento da Isabela.”

Em uma carta escrita da cadeia ao TJSP, cujo teor foi relevado pelo Metrópoles, Cupertino argumenta que os sete jurados que iriam definir a sentença, ou eventual absolvição, haviam sido “infectados com o vírus da mídia” — referindo-se à repercussão nacional do crime.

9 imagens
Ele foi acusado há três anos de triplo homicídio qualificado
1 de 9

Reprodução/TJSP
2 de 9

3 de 9

Reprodução/TJSP
4 de 9

Reprodução/TJSP
5 de 9

Reprodução/TJSP
6 de 9

Ele foi acusado há três anos de triplo homicídio qualificado

7 de 9

Paulo Cupertino

Polícia Civil de São Paulo
8 de 9

9 de 9

Paulo Cupertino em sítio em Mato Grosso do Sul

Polícia Civil de São Paulo/Reprodução

 

No manuscrito, remetido à presidência do TJSP em junho do ano passado, Cupertino pede liberdade, afirma ser inocente e diz que seus direitos foram negados, com “narrativa e fatos que não condizem com a verdade”.

Além de Cupertino, Eduardo José Machado, conhecido como o Eduardo da Pizzaria, e Wanderley Antunes Ribeiro Senhora seriam julgados no mesmo dia por terem ajudado o acusado de homicídio durante sua fuga. O auxílio prestado por ambos foi apurado pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

A reportagem abordou Wanderley no dia do julgamento, mas ele preferiu não comentar o caso. Eduardo não foi localizado. O espaço segue aberto para manifestações.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSão Paulo

Você quer ficar por dentro das notícias de São Paulo e receber notificações em tempo real?