“Excessivamente letal”, diz oposição ao pedir impeachment de Derrite

São Paulo – Deputados de oposição ao governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) protocolam na tarde desta sexta-feira (6/12) um pedido de impeachment do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL), pelos casos de abusos envolvendo agentes da Polícia Militar (PM).

O documento é assinado por 26 deputados, incluindo as bancadas do PT e do PSol e mais uma deputada estadual do PSB, e será entregue à Presidência da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) nesta tarde.

Para que o processo seja iniciado, o pedido primeiro precisa ser aceito pelo presidente da Casa, o deputado André do Prado (PL), correligionário e aliado de Derrite.

No documento, ao qual o Metrópoles teve acesso, os deputados citam diversos casos de abusos da PM paulista – entre eles o de um PM que atirou um homem rendido de uma ponte e o de uma mulher de 63 anos agredida por agentes – e afirmam que há “indícios de prevaricação” de Derrite.

“Os constantes casos de abuso cometidos por agentes policiais, amplamente relatados e divulgados pela imprensa ao longo dos anos de 2023 e 2024, são frequentemente tratados pela Secretaria como ocorrências isoladas. No entanto, a repetição desses episódios revela um padrão que caracteriza a realidade da gestão atual: uma administração que, na prática, normaliza crises de insubordinação, omite-se frente ao aumento alarmante da violência  policial e ignora o racismo perpetrado nos procedimentos policiais”, diz o texto.

O texto afirma que a postura de Derrite “incentiva” a ação dos agentes e diz que a conduta dele era considerada “excessivamente letal” quando ele comandava a Rota, tropa de choque da PM paulista.

Os deputados afirmam que, sob o comando de Derrite, houve “falha deliberada” na SSP para implementar câmeras nas fardas dos PMs, ausência de investigações adequadas sobre abusos e discursos de incentivo à violência.