Exame dá parecer favorável para que Cristian Cravinhos saia da prisão
Parecer social anexado no processo cita que Cristian Cravinhos, se colocado em liberdade, quer trabalhar como designer e preparador de motos
atualizado
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São Paulo – Exame criminológico deu parecer favorável para a progressão de pena de Cristian Cravinhos, condenado a 38 anos de prisão pelo assassinato do casal Richthofen, para o regime aberto.
Os resultados da avaliação psicológica, psiquiátrica e social foram protocolados nessa segunda-feira (5/8).
O parecer social anexado no processo cita que Cravinhos, se colocado em liberdade, quer trabalhar como designer e preparador de motos de corrida.
O documento também aponta que, entre as intenções de Cravinhos, está morar novamente com a mãe. O detento disse ainda que quer cuidar da filha.
De acordo com o relatório psicológico, Cravinhos “manifestou arrependimento, demostrou empatia com sofrimento familiar provocado por seus atos” e relembrou os trabalhos realizados por ele no presídio, sendo o último deles na Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap).
Além disso, um relatório técnico, assinado pelos diretores da penitenciária, assistente social e psicóloga, afirma que Cristian tem “ótima avaliação laboral e bom comportamento carcerário”. Todos eles deram aval à progressão de pena de Cravinhos.
A advogada de Cristian Cravinhos afirmou ao portal G1 que os exames foram favoráveis à progressão e citou que o cliente já cumpriu todos os requisitos exigidos por lei para progredir de regime.
Ele está preso no Complexo Penitenciário de Tremembé, no interior de São Paulo. Mais precisamente, na Penitenciária 2 “Dr. José Augusto César Salgado”, conhecida como P2. O local é chamado de “presídio dos famosos” pois é onde estão, entre outros, Robinho e o empresário Fernando Sastre Filho, o motorista do Porsche que bateu na traseira do carro do motorista de aplicativo Ornaldo Viana e o matou no dia 31 de março.
Cristian Cravinhos foi condenado a 38 anos de prisão pelo assassinato do casal Richthofen, em São Paulo, em 21 de outubro de 2002. Ele chegou a progredir para o regime aberto em 2017, mas perdeu o benefício no ano seguinte após ser detido em uma confusão em que tentou subornar policiais.
Conforme revelou o Metrópoles, Cristian Cravinhos entrou com pedido no dia 16 de maio para progredir de regime e deixar a cadeia no interior de São Paulo. Em resposta à solicitação, o juiz Alexandre Mourao Mafetano, do Ministério Público de São Paulo (MPSP), argumentou que “apenas o exame criminológico se mostraria com autoridade suficiente para pontuar se o preso pode, ou não, experimentar o requerido regime prisional mais brando”.
Cristian é o irmão mais velho de Daniel Cravinhos, o namorado de Suzane von Richthofen na época do crime, que foi cometido em 2002. Também condenados, Suzane e Daniel já conseguiram o benefício e estão fora das grades.
Regime aberto para Cristian Cravinhos em 2017
Cristian chegou a deixar a prisão em 2017, mas acabou detido numa confusão em que tentou subornar um policial no ano seguinte.
No novo pedido de progressão, a advogada Maieli Luana Rodrigues alega que o assassino do casal Richthofen tem comportamento classificado como “bom”, trabalha na cadeia, sempre voltou das “saidinhas temporárias” e já cumpriu mais de 50% da sua pena.
“O reeducando já cumpriu o tempo suficiente de sua reprimenda em regime semiaberto, o qual, com grande perspicácia lhe serviu como instrumento de reparação de seu caráter, de sua moral, corrigindo sua personalidade e, consequentemente, afastando o desejo de delinquir, e a progressão ao regime mais brando é que se impõe”, afirmou.
Suborno
Em 2018, quando Cristian estava fora das grades, policiais militares foram acionados para atender a uma ocorrência de desentendimento entre ele e a sua esposa em Sorocaba, no interior paulista.
Ele a teria agredido, mas a vítima não registrou ocorrência. Por estar descumprindo as regras do regime aberto, pois estava fora da cidade de seu domicílio e em um bar, Cristian tentou subornar os policiais, oferecendo R$ 1 mil em espécie.
Autuado em flagrante, ele seria condenado a mais 4 anos e 8 meses de prisão e voltou para o regime fechado.
Desde então, ele já pediu a remição de 250 dias da sua pena por trabalhar em Tremembé. Nesse período, ele atuou na horta, capinagem, jardinagem, apoio de manutenção, faxina interna e arremate de roupas.