Ex-vereador Natalini vai substituir secretário do clima demitido em SP
Gilberto Natalini foi convidado pelo prefeito Ricardo Nunes para o lugar de secretário que foi demitido após fala considerada negacionista
atualizado
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São Paulo — O ex-vereador e ex-secretário do Verde e Meio Ambiente Gilberto Natalini foi convidado pelo prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), para assumir o cargo de secretário de Mudanças Climáticas da cidade. Natalini já aceitou o convite e deve ser anunciado oficialmente na próxima segunda-feira (17/7).
Natalini vai ocupar o cargo que era de Antonio Fernando Pinheiro Pedro. O antigo secretário deixou o cargo após reportagem do Metrópoles divulgar vídeo de um discurso dele com declarações consideradas “negacionistas”, durante um evento promovido pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em São Paulo.
Natalini foi sondado pelo secretário de Governo de Nunes, Edson Aparecido, e conversou com o prefeito neste sábado. Ao Metrópoles, Natalini disse que estar à frente da secretaria é desempenhar um “papel de relevância mundial” diante do ineditismo de cargos do tipo em uma das maiores cidades do mundo.
O novo secretário foi vereador da capital por cinco mandatos ininterruptos pelo PSDB e PV, mas desistiu de tentar a reeleição em 2020. Ele e Nunes se conhecem antes mesmo de o prefeito se tornar politico – Natalini conhecia a mãe do prefeito, política com atuação na zona sul e em cidades da região metropolitana.
Quem é o novo secretário
Como secretário do Verde, Natalini criou uma saia justa com o então prefeito, João Doria (na época, no PSDB), por questionar a emissão de licenças para um mega empreendimento imobiliário às margens da Rodovia Raposo Tavares. As denúncias feitas por Natalini foram o pano de fundo para sua saída da Prefeitura.
O novo secretário foi militante de movimentos estudantis e preso pela ditadura em 1972. Na ocasião, foi torturado pelo pelo coronel Carlos Alberto Brilhante Ulstra, comandante do Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), órgão de repressão do Exército.
Pinheiro Pedro, por sua vez, havia sido apoiador da campanha eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que já fez elogios a Ulstra. O ex-secretário havia feito parte da equipe de transição do ex-presidente.