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“Pobres e negros”: ex-sócios dizem que dono de Porsche debochava deles

Ex-sócios de Igor Sauceda, 27, afirmaram terem sido chamados de “pobres” e “negros” após romper sociedade de bar na zona oeste de SP

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1 de 1 Imagem colorida de homem pardo, de camiseta preta e bermuda salmão, perto de Porsche amarelo, em rua, no período noturno - Metrópoles - Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

São Paulo – Ex-sócios do empresário Igor Ferreira Sauceda, de 27 anos, afirmaram que ele, que é o motorista do Porsche amarelo que matou o motoboy Pedro Kaique Ventura, de 21 anos, na última segunda-feira (29/7), debochava deles e os ofendia após o rompimento da sociedade no bar Beco do Espeto, na zona oeste de São Paulo. Igor chegou a chamá-los de “pobres” e “negros”. As declarações foram dadas em entrevista ao Fantástico, da TV Globo. 

Uma das ex-sócias do empresário, Beatriz Silva dos Santos, disse que recebia ameaças frequentes de Igor, inclusive de morte. De acordo com ela, o empresário tem um comportamento agressivo e sempre proferia xingamentos, cuspindo e falando que iria matar os ex-sócios.

A família de Beatriz já foi sócia da família de Igor, mas virou concorrente ao abrir um bar na mesma rua do estabelecimento de Sauceda.

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Motorista de Porsche chega à delegacia
Igor Ferreira Sauceda conduzia Porsche em alta velocidade
Perseguição durou cerca de 2km
Pedro Kaique deixa um filho de 3 anos
Pai disse que filho foi atropelado de forma intencional
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Porsche perseguiu moto em alta velocidade por cerca de 2 km

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Motorista de Porsche chega à delegacia

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Igor Ferreira Sauceda conduzia Porsche em alta velocidade

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Perseguição durou cerca de 2km

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Pedro Kaique deixa um filho de 3 anos

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Pai disse que filho foi atropelado de forma intencional

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O atropelamento teria ocorrido após uma briga no trânsito

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Durante a discussão, Pedro Kaique teria quebrado o retrovisor do Porsche

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O motorista do Porsche fez o teste do bafômetro que, segundo o advogado da vítima, não indicou a presença de álcool no sangue

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Porsche acertou a traseira da moto de Pedro Kaique

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Caso foi registrado no 11º Distrito Policial de São Paulo

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“Ele ficava debochando da nossa cara. Pobres, negros, não vão conquistar nada aqui nesse meio. Porque vocês estão em um bairro de rico e pessoas brancas.” Segundo Beatriz, Igor dizia que a família dela não conseguiria retorno financeiro abrindo um bar próximo ao da família dele, no Itaim Bibi, após deixar a parceria.

Eric Silva dos Santos é irmão de Beatriz e também ex-sócio de Sauceda. Ele afirmou que o empresário teria o agredido com um soco no rosto em 2021, após uma briga. 

Perseguição 

Um terceiro ex-sócio do Beco do Espeto afirma ter sido perseguido, há 10 dias, por Igor Ferreira Sauceda. Ele é pai de Beatriz e Eric.

Erinaldo Joaquim dos Santos, de 50 anos, disse ao Metrópoles que, no último dia 20 de julho, quando voltava para casa com a família, foi surpreendido pelo Porsche amarelo de Igor, na Avenida das Nações Unidas. Ele contou que Sauceda deu várias “fechadas” no carro dele. A cena foi registrada em vídeo pela filha de Erinaldo.

Assista:

“A gente correu perigo demais. Ele queria me matar”, afirmou Erinaldo. “Ele fechou a gente do mesmo jeito que ele fechou o Kaique. No dia em que ele perseguiu a gente, ele fez esse mesmo caminho. A gente seguiu nosso caminho. Quando a gente não estava esperando, ele apareceu de novo e passou igual uma bala do nosso lado, para provocar”, complementou.

A filha dele, Beatriz, corroborou a história em entrevista à TV Globo. “Ele passava na nossa frente, fazia zigue-zague, jogava o carro, acelerava e imediatamente ele freava na nossa frente. Aí eu entendi que ele estava usando o carro dele como uma arma. Foi mais ou menos de 100, a 150 metros de onde o Pedro Kaique faleceu.”

Erinaldo contou que o episódio da perseguição na Avenida das Nações Unidas foi mais uma das ameaças que sofreu da família Sauceda. Em 13 de junho, o pai de Igor, Fernando Sauceda – conhecido como Gaúcho – teria ameaçado Erinaldo de morte. A acusação foi registrada em um boletim de ocorrência no 102º Distrito Policial da capital.

Segundo o registro, Fernando Sauceda teria passado por Erinaldo de carro e dito que ele iria morrer “nos próximos dias”.

Erinaldo contou que a rixa entre as famílias começou quando eles eram sócios. De acordo com a versão narrada, o “Gaúcho teria passado a perna nele”.

“A gente virou sócio. Eles abriram o ‘Bequinho do Espeto’, que a gente ajudou na amizade. Era 2014. A prefeitura viu que estava aglomerando muito no meio da rua, fazendo barulho, e decidiu fechar o negócio. Como eu e um amigo tínhamos um estacionamento do lado, a gente fez uma parceria com eles. Primeiro, fizeram a cabeça do meu sócio e passaram a perna em mim. Depois que eles conseguiram o que queriam, passaram a perna no meu sócio também”, lembrou.

Após a repercussão da morte de Pedro Kaique na última segunda, a família decidiu ir até o 15º Distrito Policial apresentar os vídeos da perseguição à equipe de investigação e pedir a instauração de um inquérito policial.

O advogado Daniel Biral, que representa Erinaldo, defendeu que os vídeos são a comprovação de que as ameaças feitas no mês anterior eram reais.

Veja momento do acidente:

“Fomos à delegacia para dar continuidade ao processo, para que o delegado pudesse instaurar um inquérito. São vídeos que comprovam a ameaça. Passou do campo da ideia, de eles ameaçarem com xingamentos, vociferando contra eles. Eles passaram a perseguir, foi o que aconteceu no dia 20. Isso poderia, de alguma maneira, acabar ocasionando uma violência tamanha que traria prejuízo aos meus clientes”, disse Biral.

Prisão

Igor Ferreira Sauceda foi preso em flagrante nessa segunda-feira (29/7) por homicídio doloso com dolo eventual. No dia 30 de julho, a prisão foi convertida em preventiva em audiência de custódia no Fórum da Barra Funda.

A juíza Vivian Brenner de Oliveira, do Tribunal de Justiça de São Paulo, afirmou que Sauceda usou seu carro, um Porsche Cayman amarelo, como uma “arma” para perseguir e matar o motoboy.

Para a magistrada, o fato de Sauceda não ter ingerido bebidas alcoólicas “não afasta a gravidade de sua conduta”.

“Pelo contrário, não estando alcoolizado, tomou a decisão clara e consciente de perseguir um motoqueiro desconhecido após este ter danificado o seu retrovisor, o que acresce reprovabilidade à sua conduta delitiva e denota o perigo gerado pelo seu estado de liberdade. Necessária, portanto, a decretação da prisão preventiva como forma de acautelar o meio social e socorrer à ordem pública”, escreveu a juíza.

“As imagens são claras e demonstram que o indiciado utilizou o seu veículo como verdadeira arma.”

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