Ex-morador de rua e do PT: quem é o novo ouvidor das polícias de SP
Futuro ouvidor das polícias, Cláudio Silva, o Preto Claudinho, viveu em situação de rua, foi produtor do rapper Dexter e candidato pelo PT
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo — Escolhido para ser o novo ouvidor das polícias de São Paulo, Cláudio Aparecido Silva tem 46 anos e é mais conhecido como Preto Claudinho. Militante dos movimentos negro e hip-hop, ele chegou a viver em situação de rua, ser produtor do rapper Dexter e se candidatar a deputado estadual pelo PT.
Nomeado ouvidor das polícias pelo governador Rodrigo Garcia (PSDB) neste sábado (24/12), Preto Claudinho nasceu na periferia da capital e havia sido indicado pela Associação Santos Mártires. A entidade atua na Zona Sul da capital paulista, onde ele cresceu e iniciou a militância.
Durante a infância, o novo ouvidor deixou a escola, fugiu de casa e ficou nas ruas. Também passou pela Fundação Casa, que recebe jovens infratores, e trabalhou como engraxate. Hoje, é professor de educação física.
Petista e antirracista
Com mandato de dois anos, Preto Claudinho substituirá o advogado criminalista Elizeu Lopes na ouvidoria das polícias de São Paulo. Entre as atribuições do órgão está o recebimento de denúncias de irregularidades cometidas por policiais.
Filiado ao PT, o novo ouvidor se candidatou a deputado estadual em São Paulo, em 2018, recebeu cerca de 7 mil votos e não conseguiu se eleger. No partido, o nome é ligado à família Tatto, dos irmãos Jilmar, Enio e Nilto Tatto, segundo apurou o Metrópoles.
Entre 2019 e 2021, atuou no SOS Racismo, serviço da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) voltado ao combate contra a intolerância racial. Antes, havia sido coordenador de Políticas para a Juventude da Prefeitura de São Paulo, na gestão Fernando Haddad (PT).
O cargo de ouvidor das polícias também era disputado por Alderon Pereira da Costa, indicado pela Rede Rua, e por Renato Simões, sugerido pelo Instituto Terra, Trabalho e Cidadania.