Ex-modelo morta: DHPP diz que não houve homicídio nem estupro
Departamento de homicídios concluiu investigações e aguarda resultado de exames toxicológicos para determinar causa da morte de Dalliene
atualizado
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São Paulo – A investigações sobre a morte da ex-modelo Dalliene de Cássia Brito Pereira, de 21 anos, foram encerradas após a polícia constatar, por meio de laudos, que a vítima não foi assassinada nem estuprada em seu apartamento, na zona sul de São Paulo.
“Para o DHPP, o caso foi concluído”, afirmou ao Metrópoles, na tarde desta segunda-feira (28/8), Ivalda Aleixo, diretora do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
A mãe de Dalliene afirmou, também nesta segunda, ter sido notificada pela Polícia Civil sobre o resultado do exame sexológico, que deu negativo.
No apartamento da ex-modelo, em Santo Amaro, também foram encontradas digitais dela e da amiga Brunna Ysabelle Gondim Faria, 22, com quem a vítima dividia o imóvel. Isso descarta a presença de uma terceira pessoa no local, como chegou a ser aventado pela polícia.
Foi Brunna quem encontrou Dallliene morta, na madrugada de 1º de julho. Na ocasião, a morte da ex-modelo era um mistério, porque ela foi encontrada nua, sobre a cama, e com um travesseiro sobre o rosto.
O único exame que falta ser concluído é o toxicológico, que irá determinar a causa da morte de Dalliene. Há ainda duas suspeitas: a de que ela possa ter morrido de overdose, ou ainda em decorrência de uma cirurgia que havia feito pouco antes de morrer.
No quarto da ex-modelo, foram encontradas uma porção de cocaína e uma nota de dinheiro enrolada, indicando o eventual uso da droga. Na residência, a polícia também localizou e apreendeu maconha e anfetamina. Brunna afirmou, em depoimento à polícia, que ambas faziam uso esporádico das drogas.
Barulhos e pedido de socorro
Antes de Dalliene ser encontrada morta, vizinhos e Brunna afirmaram em depoimento terem ouvido sons da cama da vítima rangendo. Um dos moradores do 8º andar gravou, com o celular, a jovem pedindo socorro.
Brunna voltava de uma casa noturna, no fim da madrugada de sábado (1º/7) e, ao verificar que a porta do apartamento estava fechada, também ouviu sons vindos do quarto da amiga. Ela não tinha a chave do imóvel.
Um policial civil afirmou ao Metrópoles que, durante uma overdose de drogas, as pessoas podem se debater. “Há a possibilidade de que tenha acontecido isso e, em momentânea lucidez, ela tenha gritado por socorro”, disse.
A Polícia Civil também apura se a jovem teve algum problema pós-operatório, como eventual embolia, Acidente Vascular Cerebral (AVC), ou ainda isquemia (ausência de oxigenação sanguínea nas artérias), que pode levar a um ataque cardíaco.
O laudo toxicológico irá ajudar a esclarecer essa última dúvida das investigações.
Últimos momentos
Horas antes de ser encontrada morta, Dalliene comprou cigarro e trocou mensagens no celular.
Câmeras de monitoramento do prédio e de um posto de combustíveis registraram os últimos momentos em que a jovem esteve na rua com vida (assista abaixo).
Dalliene foi a um happy hour com uma colega, após o fim do expediente de trabalho, na sexta-feira (30/6). Ela chegou ao prédio onde morava, em Santo Amaro, às 21h10. Enquanto o elevador sobe, até o 9º andar, as imagens mostram que a jovem não parava de trocar mensagens no celular.
Exatos 33 minutos depois, ela vai até um posto de combustíveis, ao lado do edifício. Sempre com o olho fixo no celular, lendo e respondendo mensagens, Dalliene compra um maço de cigarros. Quando sai da loja, ela se despede de frentistas do posto, que respondem a saudação.
Durante a madrugada de sábado (1º/7), a ex-modelo mandou mensagens para um irmão e também para Brunna.
Porta arrombada
A mesma câmera que registrou Dalliene comprando cigarro captou Brunna comprando um pão de queijo, às 5h38 de sábado.
Ela retornou à loja de conveniência às 5h47 e pediu o celular da atendente emprestado. À polícia, Brunna alegou que seu telefone não estava fazendo ligações e que Dalliene não havia respondido suas mensagens nem atendido a porta do apartamento.
Por fim, ela ligou para o zelador do prédio e falou sobre a situação. Brunna disse, em depoimento à polícia, não ter uma cópia da chave do imóvel, que ficava, segundo ela, com a porta aberta, quando ambas as amigas estavam ausentes.
Na madrugada de sábado (1º/7), a porta estava trancada. Por isso, ela foi arrombada pelo zelador acionado por Brunna. A ação foi acompanhada por policiais militares, que foram chamados também pela amiga da vítima.
Dalliene foi sepultada no cemitério Memorial Parque de Uberaba, cidade mineira onde nasceu e cresceu. Além dos pais, ela deixou quatro irmãos.