Ex-modelo era usuária de crack há seis anos e foi morta por ciúmes
Segundo relato de familiares à polícia, ex-modelo usava crack há seis anos e vinha evitando frequentar local onde foi morta após emboscada
atualizado
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São Paulo – A ex-modelo Aline Laís Lopes, de 34 anos, encontrada carbonizada em Cotia, na Grande São Paulo, era usuária de crack há seis anos e vinha evitando ir ao local onde foi morta, por medo de ser agredida.
De acordo com a investigação da Polícia Civil, a vítima foi estrangulada e carbonizada por outra usuária em uma casa de shows abandonada e que é usada como ponto de uso de entorpecentes, uma espécie de “Cracolândia de Cotia”.
Segundo a polícia, Aline foi atraída para uma emboscada por uma travesti conhecida como Julia e teria sido morta enforcada com um cadarço por Micheli Andrade Ferraz.
O motivo seria os ciúmes de Micheli pelo fato de Aline ter mantido relações sexuais com seu marido, também usuário, em troca de drogas.
Vício
Em depoimento dado à polícia, a irmã da ex-modelo contou que Aline era usuária de crack havia seis anos e que vivia nos faróis pedindo esmola, além de se prostituir, para manter o vício.
Ela disse que último contato de Aline com a família havia sido na quarta-feira passada (22/2).
Já o padrasto da vítima afirmou, também em depoimento, que Aline vinha vivendo em situação de rua nos últimos tempos em razão da dependência química.
Ainda segundo a irmã, Aline foi internada em clínicas de reabilitação por diversas vezes durante os anos de vício. A ex-modelo deixou um filho de um ano e quatro meses, que é cuidado pela avó materna.
Medo
A irmã de Aline afirmou aos investigadores que a ex-modelo vinha relatando ultimamente estar com medo de Micheli, apontada pela polícia como autora do homicídio.
“Sempre que a Aline ia à casa da nossa mãe, ela dizia que sentia medo, que havia fugido da Micheli e da Julia, que tentavam agredi-la, e para se desvencilhar a Aline jogava algo que tinha ganhado e corria. A Aline não era violenta, nem agressiva”, afirmou à Polícia Civil.
A versão de que Aline era perseguida por Micheli por conta de ciúmes e que, por isso, a ex-modelo vinha evitando o local foi relatada à polícia também por outros usuários. Um deles afirmou que Aline frequentava a região quase diariamente, mas que, nos últimos meses, vinha evitando usar drogas ali.
Este mesmo usuário afirmou que a vítima costumava ser tranquila, mas que em alguns momentos se alterava e chegava a praticar pequenos furtos contra outros usuários, para conseguir comprar crack.
A Polícia Civil de Cotia ouviu, até o momento, ao menos dois suspeitos e pediu a prisão temporária de quatro pessoas por homicídio qualificado.