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Ex-funcionário denuncia uso de palito em sistema antigelo de avião

Comandante Guardiola disse que, durante voo em um ATR, em 2019, equipe de manutenção fez improviso para sanar falha no nível de aquecimento

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Ruy Guardiola, piloto de avião que já trabalhou na Passaredo/VoePass - Metrópoles
1 de 1 Ruy Guardiola, piloto de avião que já trabalhou na Passaredo/VoePass - Metrópoles - Foto: Reprodução/TV Globo

São Paulo — O comandante Ruy Guardiola, ex-funcionário da empresa aérea VoePass e um dos primeiros pilotos do modelo ATR no Brasil, contou que, durante um voo da companhia, a equipe da manutenção usou um palito de fósforo para resolver um problema no botão que aciona o sistema antigelo. Uma falha no sistema anticongelamento é justamente uma das suspeitas para a queda do avião da VoePass que deixou 62 pessoas mortas na sexta-feira (9/8), em Vinhedo.

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Avião cai em Vinhedo, interior de SP
Avião voava de Cascavel (PR) com destino a Guarulhos (SP)
Tragédia em Vinhedo: 62 pessoas que estavam a bordo de avião morreram
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Avião cai em Vinhedo, interior de SP

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Avião voava de Cascavel (PR) com destino a Guarulhos (SP)

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Tragédia em Vinhedo: 62 pessoas que estavam a bordo de avião morreram

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Imagens do avião que caiu em Vinhedo (SP)

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Avião com 62 passageiros caiu em Vinhedo

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Avião com 61 pessoas caiu em SP

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Avião caiu dentro de condomínio

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Trajeto de avião que caiu em Vinhedo, SP

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Avião voava de Cascavel (PR) com destino a Guarulhos (SP)

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Avião ficou totalmente destruído

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O episódio com o palito ocorreu em 2019, quando Guardiola trabalhou por um mês na então Passaredo (que passou a se chamar VoePass exatamente naquele ano). Fundada em 1995 em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, a companhia aérea é a mais antiga em operação no país e é especializada em voos regionais.

“O problema foi detectado no nível de aquecimento de um dos sistemas. A solução encontrada pela manutenção foi a colocação de um palito de fósforo, ou sei lá, um palito de dente. Eu vi com esses olhos que a terra há de comer”, contou o piloto em entrevista ao Fantástico, da TV Globo.

Também ex-funcionário da empresa, um comissário – que pediu para não ser identificado – contou que havia um avião da companhia conhecido como “Maria da Fé” tamanha a precariedade de sua situação.

“A empresa colocava a segurança em segundo ou terceiro plano. Visava mais o lucro, e a gente tinha um avião que apelidava de Maria da Fé, pra você ter ideia. Porque só voava pela fé. Porque não tinha explicação de como um avião daquele estava voando”, diz o ex-funcionário.

Possíveis causas

Especialistas em aviação ouvidos pelo programa disseram que uma das hipóteses para a tragédia é que os pilotos da VoePass não perceberam o acúmulo de gelo nas asas do avião turboélice modelo ATR-72-500. Assim, continuaram voando na mesma altitude até perderem sustentação.

Outra teoria é que eles teriam percebido o acúmulo de gelo, mas as medidas adotadas não resolveram o problema, e, com isso, a aeronave perdeu a sustentação.

O Metrópoles procurou a VoePass para comentar os relatos feitos pelos ex-funcionários, mas não obteve retorno. À TV Globo a companhia aérea não falou especificamente sobre o episódio do palito, mas informou que “cumpre e respeita as legislações trabalhistas, e que o esforço principal da companhia, neste momento de dor, está em apoiar e dar assistência às famílias dos passageiros e tripulantes que estavam a bordo”.

Sobre o dispositivo antigelo e o ar-condicionado, a VoePass disse que o avião estava “aeronavegável”, com todos os sistemas requeridos em funcionamento, cumprindo requisitos e exigências das autoridades.

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