Ex-funcionária denuncia líder da Bola de Neve por importunação sexual
Crime teria acontecido enquanto ex-funcionária trabalhava na casa de líder da igreja evangélica; defesa diz que processará mulher
atualizado
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São Paulo — Uma ex-funcionária denunciou nesta sexta-feira (21/6), Rinaldo Pereira, conhecido como Apóstolo Rina, líder da igreja evangélica Bola de Neve, por importunação sexual. Segundo relato da vítima à polícia, o crime aconteceu em 2017, período em que a mulher trabalhava para o líder religioso.
Segundo o boletim de ocorrência, a mulher trabalhava na igreja Bola de Neve quando, em 2012, foi chamada por Rinaldo para trabalhar em sua casa. De acordo ela, o suspeito sempre a chamava até o último andar da casa, local onde funcionava uma espécie de academia e uma sala de TV.
A vítima relata nos registros policiais que, nessas idas, Rinaldo passava por ela sem camisa, pedia ajuda para realizar os alongamentos e solicitava massagens. A mulher revelou que o homem também a massageava e que, em certas ocasiões, aproximava as mãos de seus seios.
A ex-funcionária relatou que ficava constrangida e se sentia manipulada. Ela revelou que à época ficou sem reação porque enxergava o líder religioso como uma figura paterna, visto que não tem pais.
“Me solta seu animal”
Segundo depoimento, Rinaldo Pereira foi se aproximando cada vez mais ao longo dos anos até que em 2017, a puxou pelos braços de frente. Constrangida, a mulher se desvencilhou do homem e gritou: “Me solta seu animal”. Ela deixou a casa com marcas da agressão nos braços.
Após um tempo, o líder religioso voltou a se aproximar da mulher alegando que “tudo não passou de um mal entendido”. A vítima continuou trabalhando na igreja no formato home office e ia à casa de Rinaldo Pereira apenas às segundas-feiras.
A ex-funcionária revelou ainda que se isolou e ficou muito confusa e depressiva após o ocorrido. Ela faz acompanhamento psicológico até hoje e até foi orientada pela profissional que a acompanha a realizar a denúncia.
Defesa nega e processará mulher
Em nota, a defesa nega qualquer prática violenta. Além disso, os advogados do apóstolo disseram que confiam na apuração “isenta e técnica” da Polícia Civil e Ministério Público.
A equipe jurídica ainda afirmou ao Metrópoles que vai trabalhar para que a ex-funcionária responda por denunciação caluniosa.
Medida protetiva
Rinaldo Pereira já foi acusado de lesão corporal, violência psicológica, ameaça, injúria e difamação feitas pela ex-mulher e cantora gospel, Denise Seixas.
A mulher relatou diversos tipos de agressão por parte do Apóstolo Rina, como socos no rosto, cadeira jogada na direção dela e ameaças para ter relações sexuais com o pastor.
Na ocasião, a Justiça decidiu por conceder uma medida protetiva à vítima.
Em nota à imprensa, Rinaldo Pereira negou “qualquer prática violenta” e disse confiar na apuração “isenta e técnica” de todos os fatos pela Polícia Civil e Ministério Público.