EUA bloqueiam bens de “Brahma”, suspeito de lavar R$ 1,2 bilhão do PCC
Diego Macedo Gonçalves do Carmo, o “Brahma”, é apontado pelo Tesouro americano como peça-chave em esquema de lavagem de dinheiro do PCC
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos bloqueou nesta quinta-feira (14/3) os bens e ativos do brasileiro Diego Macedo Gonçalves do Carmo, conhecido como “Brahma”. Ele é apontado pela agência americana como uma peça-chave responsável por lavar dinheiro para o PCC.
Brahma ou Magrelo, como é conhecido no mundo do crime, já está preso na Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia. Ele foi condenado, junto com outras três pessoas, em novembro de 2022 a 7 anos e 11 meses de prisão por tráfico de drogas e lavagem de cerca de R$ 1,2 bilhão para a facção entre janeiro de 2018 e julho de 2019.
Segundo o departamento do Tesouro americano, Brahma, mesmo preso, permanece ativo, dando instruções da cadeia. Em nota, o subsecretário do órgão para Terrorismo e Inteligência Financeira, Brian E. Nelson, destacou a preocupação com a expansão do PCC.
“Com uma extensa rede em toda a América Latina, bem como uma presença global em expansão, o PCC representa uma das organizações de tráfico de drogas mais preocupantes na região. Os Estados Unidos continuarão a apoiar o Brasil e outros parceiros da região nos nossos esforços para combater a capacidade de operação do PCC, incluindo a sua capacidade de lavar fundos ilícitos através do sistema financeiro global”.
A autoridade americana destacou ainda que a ação desta quinta não teria sido possível sem a cooperação das autoridades brasileiras. O Ministério Público de São Paulo disse que Nelson tratou da cooperação com o governo dos EUA no combate às organizações criminosas com atuação transnacional em encontro no dia 17 de agosto de 2022 na sede do MPSP, em São Paulo.
“O acordo entre o Departamento do Tesouro e o MPSP resultou na implementação de um fluxo de informações que viabiliza a aplicação das sanções a integrantes do PCC e a empresas utilizadas pela organização criminosa para lavagem de dinheiro”, afirmou a Promotoria, em nota.
Brahma também é apontado como um dos envolvidos no assalto a uma agência do Banco do Brasil em Uberaba, interior de Minas Gerais, em 2019.