Estupro sem camisinha e stalking: a 3ª condenação de Thiago Brennand
Empresário Thiago Brennand foi condenado a oito anos de prisão pelo estupro de uma massagista em Porto Feliz, no interior paulista, em 2022
atualizado
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São Paulo – Vítima de estupro, uma massagista brasileira relatou à Justiça de São Paulo como foi coagida a fazer sexo sem camisinha e depois sofreu perseguição do empresário Thiago Brennand, de 43 anos. Ele, que alega inocência, foi condenado pelo crime.
O caso aconteceu em 2022. Nesse processo, Brennand recebeu uma sentença de oito anos de prisão, em regime inicial fechado, pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), na quarta-feira (17/1).
Segundo a acusação, a massagista foi à mansão de Brennand, em Porto Feliz, no interior paulista, para prestar seus serviços profissionais. No local, o empresário mantinha um arsenal de armas de fogo (veja abaixo).
No processo, ela diz que chegou a ter relação consensual com Brennand, mas o sexo “transmudou em coação quando a vítima solicitou o uso de preservativo”. “Depois de perceber a presença de diversas armas pela casa, a mulher foi levada a um quarto e estuprada ao se recusar a manter relações sexuais sem preservativo”, relata o Ministério Público de São Paulo (MPSP).
Penas ultrapassam 20 anos
A denúncia também narra que, após o estupro, a vítima passou a ser perseguida por Brennand, com mensagens contendo ameaças e injúrias – conduta chamada de stalking. O empresário foi considerado culpado pela juíza Raisa Alcântara Cruvinel Schneider, da 2ª Vara de Porto Feliz, do TJSP.
Essa é a terceira condenação do empresário, que já acumula mais de 20 anos de pena. Em outubro de 2023, ele já havia sido condenado por outro estupro e por agredir uma modelo em uma academia de luxo.
Na decisão mais recente, a magistrada também determinou que o empresário pague R$ 50 mil de indenização. Ainda cabe recurso.
A decisão teria como base, ainda, o relato de testemunha que trabalhou na mansão de Brennand. Essa mesma pessoa, no entanto, já teria feito uma denúncia contra o empresário que acabou arquivada.
A defesa contesta as evidências apresentadas que levaram à condenação. “Tenho certeza de que, nos tribunais, as provas terão mais valor do que as manchetes”, afirmou o advogado Roberto Podval, ao Metrópoles, que representa Brennand.
Outras condenações
Ao todo, o empresário é alvo de nove processos criminais, dos quais três já tiveram sentença e dois foram encerrados após acordo. Ele foi denunciado por crimes sexuais, lesão corporal, cárcere privado e corrupção de menor.
Na primeira condenação, Brennand foi considerado culpado por estuprar uma norte-americana, em julho de 2021, e pegou 10 anos e seis meses de cadeia, em regime fechado.
A vítima diz ter sido forçada pelo empresário a praticar sexo anal na casa dele, em Porto Feliz, onde ele tem uma mansão. Também afirma que, durante o relacionamento, foi xingada e ameaçada.
Depois, Brennand pegou mais um ano e oito meses de prisão, em regime semiaberto, por agredir a modelo Helena Gomes em uma academia de luxo, no Shopping Iguatemi, na zona oeste da capital paulista.