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Estudantes protestam em SP contra recusa de livros do MEC pelo governo Tarcísio

Os estudantes também pedem a revogação do novo ensino médio e a apresentação de um novo projeto de educação em todo o país

atualizado

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Imagem colorida mostra grupo de estudantes segurando uma faixa branca com letras pretas com a frase "Pela revogação do novo ensino médio e em defesa do orçamento". As pessoas ao fundo seguram várias bandeiras de entidades estudantis - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra grupo de estudantes segurando uma faixa branca com letras pretas com a frase "Pela revogação do novo ensino médio e em defesa do orçamento". As pessoas ao fundo seguram várias bandeiras de entidades estudantis - Metrópoles - Foto: Reprodução/Twitter

São Paulo – Grupos de estudantes foram às ruas do centro de São Paulo, na manhã desta sexta-feira (11/8),  para pedir melhorias na educação, desde o ensino básico até a pós-graduação.

As principais reivindicações são a revogação do Novo Ensino Médio e a reintegração dos livros didáticos do Ministério da Educação (MEC) à rede estadual. Além disso, o grupo defende a expansão dos institutos federais e a garantia de bolsa de assistência estudantil para alunos  da rede pública, principalmente para os que estudam em tempo integral. O grupo escolheu esta sexta para realizar o ato por ser a data em que é celebrado o Dia do Estudante.

As entidades estudantis pedem a revogação da Lei 13.415/2017, que institui o novo modelo para o ensino médio. As escolas começaram a implementar os novos currículos no ano passado. O ensino médio passa a contar com uma parte do currículo comum, definida pela Base Nacional Comum Curricular, que estabelece o mínimo de matérias a que todos os estudantes devem ter acesso. Na outra parte do currículo, os estudantes escolhem itinerários formativos, dependendo da capacidade de oferta de cada rede de ensino.

Um dos argumentos dos estudantes é que o modelo gera muita desigualdade, especialmente entre escolas públicas e privadas. Isso porque a parte comum seria insuficiente, por si só, para que os estudantes pudessem, por exemplo, ter acesso a uma universidade. A formação completa dependeria do aprofundamento nos itinerários que, por sua vez, dependem das condições e da infraestrutura de cada localidade.

“Nós queremos a revogação do novo ensino médio e a apresentação de um novo projeto para não voltar a o que era antes, porque a gente sabe que o modelo de educação precisa acompanhar as mudanças que os estudantes, que as gerações passam”, afirma Jade Beatriz, presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes).

Segundo a presidente da Ubes, os estudantes já procuraram a Secretaria Estadual de Educação para reuniões, mas não foram atendidos até o momento. A Secretaria Estadual de Educação de São Paulo disse ao Metrópoles que não foi procurada de forma oficial pela entidades estudantis.

Em nota, a Seduc-SP disse ainda que apoia a livre manifestação em âmbito democrático e está aberta ao diálogo com as entidades estudantis. A pasta diz ter como objetivo principal a melhoria constante do ensino para todos os estudantes. Nesse sentido, anunciou em julho a simplificação dos itinerários formativos do Novo Ensino Médio, de 12 para três. A decisão foi tomada após conversa com a rede, especialistas em educação e Conselho Estadual de Educação.

A Seduc afirma que permanece ativa no Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), para a distribuição de livros literários. Todos os estudantes da rede terão acesso a livros didáticos impressos,, mas alinhados ao currículo paulista. Além do material físico, os alunos também terão à disposição o conteúdo digital para acesso em múltiplas plataformas, desenvolvido pela Coordenadoria Pedagógica da Pasta (Coped).

Atos pelo Brasil

Luis Alves, que é diretor de Extensão e Pesquisa da União Nacional dos Estudantes (UNE), diz que a mobilização pela educação acontece em vários estados do país e que as entidades estudantis estão em negociações com o MEC e com parlamentares sobre a retomada dos investimentos.

“Acreditamos que, através do orçamento da educação, através do investimento na educação, é que a gente consegue ter uma reconstrução do Brasil de fato. Mais uma vez os estudantes se somam à luta para poder ter esse protagonismo e mostrar para o governo que os estudantes são a linha de frente, seja em defesa da educação, seja em defesa da democracia. E nós estamos aqui mais uma vez nas ruas”, afirmou Luis Alves.

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