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Estudantes da USP rechaçam proposta da reitoria e decidem manter greve

Manutenção da greve na USP foi aprovada em assembleia nesta segunda-feira (9/10); reitoria propôs contratar 148 professores temporários

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foto colorida mostra concentração de alunos durante ato em frente à Reitoria da USP - Metrópoles
1 de 1 foto colorida mostra concentração de alunos durante ato em frente à Reitoria da USP - Metrópoles - Foto: Jéssica Bernardo/Metrópoles

São Paulo — Os alunos da Universidade de São Paulo (USP) decidiram manter a greve estudantil em assembleia realizada na noite desta segunda-feira (9/10), mesmo após o anúncio da contratação de 148 professores temporários feito pela reitoria da instituição.

A votação ocorreu no vão do prédio de História e Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), a primeira unidade da USP a ter as aulas paralisadas pelo movimento estudantil em protesto contra a falta de professores na universidade.

A greve foi mantida até a realização de uma nova assembleia-geral de estudantes, convocada para a próxima quarta-feira (11/10). Nesta terça-feira (10/10), os estudantes farão um novo ato em frente ao prédio da reitoria, às 14h, quando ocorre uma nova rodada de negociação dos alunos com a direção da USP.

A contratação dos 148 professores temporários foi proposta pela reitoria durante uma reunião de negociação com representantes dos grevistas na última quarta-feira (4/10). Dois dias depois, estudantes de engenharia da Escola Politécnica da USP decidiram retornar para as salas de aulas e desbloquear os prédios na unidade.

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Método de empilhar carteiras em frente às portas é utilizado para evitar que alunos e professores furem a greve aprovada em assembleias
Na FAU, barricadas fecham espaços utilizados em aulas de desenho e projetos
Imagens internas da FFLCH, na USP, com piquete montado por estudantes em greve; eles protestam contra a falta de professores
Piquete montado por estudantes em greve da FFLCH fecha uma das entradas do prédio dos cursos de Ciências Sociais e Filosofia
Barricadas fecham acesso às salas de aula no prédio de Geografia da FFLCH - USP
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Barricadas em frente às salas de aula são alvo de críticas

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Método de empilhar carteiras em frente às portas é utilizado para evitar que alunos e professores furem a greve aprovada em assembleias

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Na FAU, barricadas fecham espaços utilizados em aulas de desenho e projetos

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Imagens internas da FFLCH, na USP, com piquete montado por estudantes em greve; eles protestam contra a falta de professores

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Barricadas fecham acesso às salas de aula no prédio de Geografia da FFLCH - USP

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Prédios da USP tem cartazes pedindo por mais professores

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A reivindicação por mais professores é uma das principais pautas dos grevistas, assim como o pedido pelo aumento das bolsas de permanência estudantil.

Entre 2014 e 2022, a USP perdeu mais de 900 professores, segundo dados da própria instituição. A universidade dizia ter iniciado um processo para contratar 879 educadores, mas os alunos afirmavam que o número era insuficiente. Os estudantes apontavam cursos que seriam fechados pela falta de docentes.

“Mesmo com esse anúncio de contratação, o curso de coreano vai fechar no ano que vem, não vai receber ingressantes”, afirmou Francisco Napolitano ao Metrópoles em 28 de setembro.

A falta de professores provocou o cancelamento de várias disciplinas nos últimos semestres e já impacta na formação dos estudantes. “A minha formação foi atrasada em um ano”, disse Níke Krepischi, aluna de Artes Visuais.

A contratação dos 148 professores temporários deve preencher as vagas abertas por aposentadorias em 2022 até que os concursos definitivos para os cargos sejam iniciados.

Na conversa realizada com os alunos na última quarta, os representantes da reitoria também se comprometeram a não fechar nenhum curso por defasagem no número de docentes.

A greve na USP completa três semanas na próxima quinta-feira (12/10) e atinge dezenas de unidades. O movimento acabou sendo abraçado por institutos como a Faculdade de Direito e a Escola Politécnica, que normalmente não aderem às paralisações.

Apesar da decisão da assembleia desta segunda, cada faculdade tem a autonomia para decidir sobre o tema da greve em separado. Na prática, isso significa que parte das unidades pode optar por encerrar a paralisação, como fizeram os alunos de engenharia da Politécnica.

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