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Estudantes da USP entram em greve pela contratação de professores

Paralisação dos estudantes começa nesta quinta e tem como principal reivindicação a abertura de mais concursos para contratação de docentes

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São Paulo – Os estudantes da Universidade de São Paulo (USP) vão entrar em greve a partir desta quinta-feira (21/9) para reivindicar a contratação de mais professores e a ampliação do programa de bolsas de permanência.

A paralisação foi aprovada em uma assembleia geral nesta terça-feira (19/9) que reuniu mais de mil alunos, segundo o Diretório Central dos Estudantes (DCE).

Apesar da votação na assembleia geral, cada unidade e curso tem autonomia para decidir se vai ou não aderir ao movimento.

Nas faculdades de Economia (FEA) e Odontologia (FO), por exemplo, os alunos optaram por paralisar as atividades apenas nesta quinta, quando haverá um protesto fechando um dos portões de acesso à universidade. Funcionários da USP e alguns professores também participarão da paralisação de amanhã.

Já na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), a greve foi decretada antes mesmo da deliberação do DCE e não tem prazo para terminar.

A unidade é uma das mais impactadas pela falta de professores. Estudante do 2º ano de Letras, Maria Souza conta que a turmas de coreano, por exemplo, corre o risco de fechar porque não há docentes em quantidade suficiente para dar as aulas.

“A falta de professores na Letras acontece há muito tempo”, diz a aluna, que faz parte do centro acadêmico da unidade.

A USP afirma que disponibilizou 70 vagas para a contratação de professores na FFLCH, de acordo com as demandas apresentadas pela própria unidade. Para a universidade como um todo serão abertas 879 vagas.

Maria, no entanto, diz que os processos seletivos não serão suficientes para repor toda a demanda. “Não tem concurso aberto para coreano”, afirma ela.

Dados do Anuário da USP mostram que a universidade perdeu mais de 900 professores nos últimos oito anos. Em 2014, eram 6.090 docentes. Já em 2022, apenas 5.151 educadores trabalhavam na universidade.

Aluna do curso de Artes Visuais, Níke Krepischi foi uma das estudantes prejudicadas pelo desfalque. Este semestre, ela cursaria sua última disciplina obrigatória, mas o oferecimento foi cancelado por falta de professores.

“Na teoria a minha formação foi atrasada em um ano”, diz a estudante.

Ela afirma que o atraso também impacta a inserção dos alunos no mercado de trabalho. “É difícil manter um trabalho de período integral [sem ter encerrado o curso]”, diz Níke.

A jovem diz que a previsão é de que 14 disciplinas, sendo quatro delas obrigatórias, sejam temporariamente canceladas no próximo semestre. Os alunos do curso votaram pela adesão à greve.

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