Estudantes começam ano letivo sem uniforme em escola municipalizada
Créditos para compra de uniforme de alunos da Escola Prof. João Ernesto de Souza Campos serão liberados a partir de sábado, diz Prefeitura
atualizado
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São Paulo – O ano letivo nas escolas recém-municipalizadas começou nesta quinta-feira (15/2), mas nem todos os estudantes foram para o primeiro dia de aulas uniformizados. Com dificuldade para utilizar o aplicativo que libera os créditos para a compra do uniforme, famílias reclamam da falta de informações da Prefeitura de São Paulo.
Mãe de aluno da Escola Prof. João Ernesto de Souza Campos, Neide Silva conta que precisou enviar o filho para as aulas com a roupa de casa. “O uniforme não deu certo por conta do aplicativo, que deu erro”, disse ela.
Tia de um estudante da escola, a comerciante Luciene de Lima conta que a família teve o mesmo problema com o sistema. “O pai da minha sobrinha ainda não conseguiu ter acesso, não está entrando”, afirmou.
As duas responsáveis afirmam que a escola não passou nenhuma orientação sobre como utilizar o aplicativo. Segundo Luciene, vários pais questionaram a instituição de ensino sobre a dificuldade de acesso nesta quinta-feira. “Eles disseram que tem que aguardar”, afirmou ela, sobre a resposta dada pela escola.
O Metrópoles questionou a gestão Ricardo Nunes (MDB) sobre o problema. Em nota, a Secretaria Municipal da Educação afirmou que os dados da escola estão “em processamento” e que a disponibilização dos créditos deve acontecer a partir do próximo sábado (17/2).
Segundo a pasta, as famílias poderão consultar a liberação por meio do aplicativo Kit Escolar DUEPAY. A secretaria afirmou ainda que os dados cadastrais precisam ser atualizados na escola para o acesso dos benefícios.
A Prefeitura diz que realizou mutirões de atualização cadastral com os responsáveis pelos estudantes e afirma que o envio dos dados para a liberação dos valores é feito semanalmente.
Relembre a municipalização
A Prefeitura de São Paulo assumiu a administração de 25 escolas estaduais neste ano e deve assumir outras 25 no próximo ano. A mudança vai atingir unidades que atendem os anos iniciais (1⁰ ao 5⁰ ano) do Ensino Fundamental e deve impactar cerca de 25 mil estudantes. Os profissionais da rede estadual poderão permanecer atuando nas unidades.
Como mostrou o Metrópoles, o interesse pela municipalização partiu da própria gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que iniciou as negociações para a mudança.
Em ofício enviado em novembro à secretaria estadual da Educação, a gestão municipal alegou que a mudança é respaldada por leis federais e visa “englobar o Estado de São Paulo à tendência de descentralização das políticas públicas”, promovendo melhorias nos serviços educacionais.
Em dezembro, a Prefeitura afirmou ter interesse em assumir a demanda de alunos, além do mobiliário, prédio e os profissionais que estejam em exercício.