Inspirados nos EUA, estudantes acampam na USP em ato pró-Palestina
Barracas foram erguidas nessa terça-feira (7/5); estudantes pedem fim das relações diplomáticas e dos convênios com universidades israelitas
atualizado
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São Paulo — Estudantes da Universidade de São Paulo (USP) se uniram ao movimento internacional pró-Palestina e ergueram, na noite dessa terça-feira (7/5), no campus do Butantã, zona oeste de São Paulo, um acampamento em protesto contra a guerra na Faixa de Gaza.
O acampamento tem cerca de 25 barracas e ocupa, desde às 18h de terça, o pátio do edifício da História e Geografia da da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH).
Além do fim da guerra, os estudantes pedem o rompimento das relações diplomáticas entre o governo federal e Israel, e o rompimento de qualquer convênio entre a USP e centros de pesquisa ou universidades israelenses.
Uma das alunas do acampamento é Camilla Begiato, de 22 anos, que cursa Ciências Sociais na FFLCH. Ela faz parte do Comitê de Estudantes em Solidariedade ao Povo Palestino e explicou ao Metrópoles a reivindicação:
“O conhecimento que a gente está produzindo aqui, nessa troca com as universidades israelenses, são usados para a produção de armamentos, de tecnologia para a guerra. É uma produção de ciência voltada para assassinar mulheres e crianças palestinas. Então a USP está, de certa forma, sendo conivente, ajudando a financiar o genocídio”, defendeu Begiato.
Além do acampamento, os alunos fizeram um abaixo-assinado para pedir o fim desses convênios.
Os estudantes organizaram uma programação dedicada à temática da guerra, com a exibição de filmes palestinos e mesas de discussão.
Begiato contou que há uma movimentação para que o acampamento se expanda para outras faculdades estaduais, como a Unicamp.
Os alunos da USP se inspiram nos movimentos estudantes norte-americanos e de outros países que, nas últimas semanas, ocuparam campi de universidades como Columbia, nos Estados Unidos, e Oxford, no Reino Unido, pedindo o cessar-fogo da guerra em Gaza.
Nos EUA, o movimento resultou na prisão de cerca de 2 mil estudantes.
Em nota, a direção da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas disse que “vê com normalidade” as manifestações realizadas pelos alunos e “o respeito à livre manifestação” é uma característica da USP e da FFLCH.