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Estudante da USP suspeito de estuprar aluna é expulso de alojamento

Aluna diz ter sido estuprada pelo vizinho de alojamento no dia 19 de agosto. USP expulsou suspeito do alojamento após sequência da denúncia

atualizado

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Reprodução-USP
Praça do relógio da USP- Metrópoles
1 de 1 Praça do relógio da USP- Metrópoles - Foto: Reprodução-USP

São Paulo — A Universidade de São Paulo (USP) informou que expulsou do Conjunto Residencial da USP (Crusp), localizado na zona oeste de São Paulo, o estudante acusado de estuprar uma aluna com deficiência dentro do alojamento estudantil, no dia 19 de agosto deste ano.

A faculdade afirmou em nota que após a estudante seguir com a denúncia, abriu um processo administrativo disciplinar junto à Procuradoria Geral da Universidade para investigar o ocorrido, assim como tomar as medidas cabíveis. O aluno foi expulso da moradia estudantil.

A nota ainda diz que a Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (Prip) “está tomando medidas para preservar a segurança da vítima e impedir que práticas de cancelamento causem a ambos os envolvidos danos além dos já ocorridos”.

“Me senti humilhada”

A aluna de 20 anos, identificada como Yasmin Mendonça, relatou que o autor é um vizinho de alojamento e que o crime teria acontecido quando ele a chamou para tomar café na cozinha dele, no dia 19 de agosto.

Durante conversa entre os dois, o suspeito tentou beijá-la. Nesse momento, Yasmin se afastou e mesmo com a recusa da jovem, diagnosticada com paralisia cerebral tipo 1, o suspeito acariciou as pernas e ombros dela, abaixou a alça da blusa, abriu o sutiã da jovem e colocou a boca nos seios da garota. Yasmin tem mobilidade reduzida em todo o lado direito do corpo.

A aluna contou que saiu correndo de volta para o apartamento onde morava. Posteriormente, foi confrontá-lo. Neste momento, ao tentar voltar para o dormitório, a jovem foi agarrada por ele, que esfregou o pênis nela.

Depois do ocorrido, ela procurou sua assistente social para relatar o acontecimento na Prip. A agente respondeu que entraria em contato com a assistente responsável pelo suspeito.

“A assistente social dele questionou o motivo de eu não ter reagido e disse que o menino não tinha noção do que estava fazendo. Me senti humilhada”, diz. O denunciado, então, foi apenas movido de bloco pela gestão da universidade.

A jovem também conta que já encontrou o suspeito diversas vezes no mesmo corredor em que vive e teria escutado deboches por parte dele. Ela tem buscado apoio de advogados, de coletivos feministas da USP e do Ministério Público de São Paulo (MPSP).

“Estou cansada, exausta, com medo”, afirma Yasmin. “Preciso ter alguém ao meu lado sempre, estou fugindo, tive que mudar toda a minha rotina após o estupro, e o cara circula livremente por aí.”

Investigação

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o caso está sendo investigado pelo 93° DP (Jaguaré) e vai ser repassado à 3ª Delegacia da Defesa da Mulher (DDM).

A pasta informou, também, que já identificou o suspeito e o intimou a prestar depoimento.

Praça do relógio

Um outro caso de estupro foi revelado na Cidade Universitária da USP, na zona oeste de São Paulo. Uma jovem de 23 anos denunciou ter sido vítima de uma tentativa de estupro que teria acontecido no dia 21 de agosto, na Praça do Relógio da universidade.

Por conta da denúncia, alunos da USP se reuniram no fim de agosto com representantes da instituição pedindo novas regras de segurança para a proteção das mulheres na universidade.

Em nota, a USP disse que um novo projeto de iluminação será entregue ainda neste mês de setembro e que novas rotas iluminadas serão criadas. A instituição afirmou também que há 66 guardas e 22 policiais em trabalho no local, o que representa uma ampliação no número de rondas da Guarda Universitária e da Polícia Comunitária.

De acordo com a SSP, as investigações ainda procuram o autor do crime. A vítima prestou depoimento e as autoridades agora aguardam o resultado dos exames periciais que estão em elaboração.

Por causa do clima de insegurança, um grupo de estudantes feministas da universidade chegou a oferecer aulas de autodefesa para mulheres e há também iniciativas de saídas coletivas para que as estudantes não andem sozinhas no campus.

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