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Esperança de medalha em Paris, boxe tenta voltar à era de ouro em SP

No projeto Na Luta, em SP, o jovem João sonha com medalha. Para técnico, interesse no boxe é resultado de trabalho iniciado há 12 anos

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joao e cebola pausa
1 de 1 joao e cebola pausa - Foto: Reprodução

São Paulo — Em dia de disputa por medalha olímpica no boxe brasileiro, a cena do boxe em São Paulo brilha no ginásio de um projeto cujo nome já diz tudo: Na Luta. Acima de uma oficina mecânica, no Jardim Vergueiro, zona sul paulistana, o espaço é amplo. No centro, cordas cercam um ringue. No teto, sacos de treino. Nas paredes, imagens de campeões do boxe e filmes do gênero.

Acima do bebedouro, Muhammad Ali observa tudo: jovens jabeando e jabeando. O interesse pelo esporte, de fato, vem crescendo, resultado de um trabalho de 12 anos, explica o técnico Átila “Cebola”, um nome conhecido na cena nacional. Ele foi o idealizador do projeto, um sonho ao qual dedica-se com brilho nos olhos.

Cebola, que ganhou esse apelido na escola por ser “esquentadinho”, escolheu sua luta: o boxe social. Experiente, já treinou muitos nomes famosos, mas evita citá-los. No momento, está focado em treinar os futuros medalhistas do país. Um deles é João, de 11 anos. 

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João e Cebola durante treino
Na Luta encontra atletas olímpicos
Cebola, o brabo, observa treino
Estreia no boxe profissional no Sampa Boxe
Bia Ferreira luta neste sábado (2/7)
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Instruções de treinador no Corner

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João e Cebola durante treino

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Na Luta encontra atletas olímpicos

Reprodução/Na Luta
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Cebola, o brabo, observa treino

Claudia Castelo Branco
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Estreia no boxe profissional no Sampa Boxe

Reprodução Sampa Boxe/brunolimoeiro.foto
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Bia Ferreira luta neste sábado (2/7)

Encontro com Abner Teixeira

Posturado e calmo, o garoto tem absoluta certeza que será campeão e treina para isso. “Sim, serei campeão olímpico”, afirma. Ele faz por onde, diz o técnico sem esconder sua preocupação em manter o garoto com os pés no chão. “Às vezes, tenho que segurar um pouco”, confessa.

No treino acompanhado pelo Metrópoles, na última quinta-feira (1º//8), João não parou. “Quero provar para ele que sou capaz”, diz. Cebola nunca duvidou. É visível como João tenta agradar o técnico. Em dado momento, é elogiado pelo jogo de pernas.

“O importante é prever o que o outro vai fazer. Tem que ser rápido”, explica o menino, apontando para a cabeça. “A mente vai dizer”. Perguntado se era um bom aluno na escola, afirmou que sim. Nas horas vagas, joga videogame e escuta trapgospel. 

Sua referência é Abner Teixeira. O garoto encontrou pessoalmente o boxeador paulista no centro de treinamento dias antes da equipe olímpica embarcar para disputar os Jogos de Paris. “Não leva pro pessoal, mas vou ganhar mais medalhas que você”, brincou. Abner e o menino trocaram muitas ideias naquele dia.

O boxeador dono de medalha olímpica acabou eliminado logo em sua estreia nas Olimpíadas 2024. E isso não fez a menor diferença para João. É aquela máxima: no boxe, é como você levanta.  “Já posso voltar a treinar?”, perguntou à reportagem. 

 

Voltando no tempo

O boxe se movimenta. Nos anos 1930, em São Paulo, até mesmo pistas de patinação e salões de festas viraram ringues. É conhecida a história do Ringue São Paulo que ficava na rua Augusta e foi alugado pela Sociedade Paulista de Pugilismo para a realização de uma terceira luta entre o francês Angelo Ledoux e o português Antonio Rodrigues, em maio de 1932.

O francês era radicado em São Paulo e, após contestar uma derrota e um empate contra Rodrigues no Rio de Janeiro, só aceitou fazer a terceira luta entre ambos se fosse em São Paulo. Esta é apenas uma das tantas histórias que a capital paulista tem envolvendo a nobre arte.

Agora, quase um século depois, o boxe voltou a atrair adeptos em São Paulo, tanto quem busca a prática para entrar em forma ou se desestressar, quanto quem sonha com conquistas em cima do ringue. No próximo dia 23 de agosto, por exemplo, na Bela Vista, a equipe do projeto Na Luta vai disputar um campeonato já tradicional idealizado pela equipe Tony Boxe.

O Tony foi pensado para quem treina boxe, mas não quer seguir carreira no boxe. Os campeonatos criados por Antonio Pereira Gomes Filho, com a colaboração de Leandro Fernandes, já fazem parte do calendário esportivo de São Paulo. “Vai ter cinturão e tudo”. 

Outro nome conhecido na cena é Zaka. Professor de boxe em dois bairros de São Paulo, ele já lutou profissionalmente. Sua última luta foi em 2020. Hoje, trabalha com atletas e tem uma equipe própria, a Boxe Strike.

Dois atletas seus lutarão em setembro num evento conhecido entre pugilistas, o Sampa Boxe, que está em sua terceira edição e é focado na categoria profissional. A luta entre Jhonatan Conceição “Tico” contra Joaribe Josué Nazarino marcou a estreia deles no boxe profissional. Para quem viu, foi o knockout da noite. 

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