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Escrivão acusado de estupro em delegacia: “Você é gostosa mesmo?”

O escrivão Tiago Borges Miguel, 38 anos, foi acusado de estupro por forçar mulher a fazer sexo oral em delegacia de Franca (SP)

atualizado

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Vítima acusa escrivão de estupro dentro da delegacia
1 de 1 Vítima acusa escrivão de estupro dentro da delegacia - Foto: Reprodução/EPTV

São Paulo – “Você é gostosa desse jeito mesmo?”. Essa é a pergunta atribuída ao escrivão da Polícia Civil Tiago Borges Miguel, 38 anos, antes de forçar uma mulher a fazer sexo oral na delegacia, de acordo com depoimento da vítima. O agente, que está preso preventivamente, nega o estupro.

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) denunciou Tiago por ameaçar e obrigar a mulher a ter relação sexual com ele dentro do 5º Distrito Policial de Franca, no interior paulista, na manhã de 23 de agosto de 2022. O escrivão foi detido na sexta-feira (2/6) após ordem da Justiça.

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Segundo denúncia, escrivão forçava vítimas a fazer sexo oral
Vítimas relatam que eram ameaçadas por escrivão
Segundo as vítimas, ele exibia sua arma de fogo e dizia saber onde elas moravam
Escrivão foi preso por acusação de estupro
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Vítima de estupro

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Segundo denúncia, escrivão forçava vítimas a fazer sexo oral

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Vítimas relatam que eram ameaçadas por escrivão

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Segundo as vítimas, ele exibia sua arma de fogo e dizia saber onde elas moravam

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Escrivão foi preso por acusação de estupro

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O policial atuava no setor de cartas precatórias da delegacia. A vítima havia sido intimada para depor sobre um caso de estelionato, sobre o qual não tinha informações. Segundo o relato da mulher, obtido pelo Metrópoles, ela chegou às 10h45, foi recepcionada pelo escrivão e entrou sozinha na sala dele.

Imagens do circuito interno de câmeras de segurança reforçam o depoimento da vítima. De acordo com as gravações, a vítima ficou 40 minutos, das 10h46 às 11h26, trancada na sala do policial – tempo bem superior ao de outras testemunhas. Das pessoas ouvidas por Tiago naquele dia, a conversa mais longa foi de 25 minutos.

Estupro

A vítima relata ter sentado de frente para o escrivão, que solicitou seus dados e informou sobre a investigação de estelionato em andamento. Em seguida, Tiago teria perguntado se a mulher estava com o celular e pediu que ela entregasse o aparelho desbloqueado.

Segundo o depoimento, Tiago quis saber se a vítima tinha “fotos íntimas” guardadas no aparelho e questionou se ela “era bonita e gostosa desse jeito mesmo”. Ao encontrar uma imagem, teria virado a tela do celular para a mulher e comentando: “Está de parabéns”.

O policial trancou a porta da sala na sequência e pegou a vítima pelo braço, de acordo com o relato. “Vem aqui, vem aqui”, insistiu. Ele levou a mulher para perto da cortina, que estava fechada, mostrou a arma de fogo e disse para a vítima “ficar quietinha”. Ainda mostrou a aliança no dedo e alegou ser casado.

A mulher teria sido obrigada a fazer sexo oral no escrivão, a exibir o próprio corpo e a beijá-lo. Na saída, Tiago teria usado papel higiênico para limpar a si mesmo e à vítima e passou álcool em gel na mesa.

Histórico

Outras duas mulheres relatam modus operandi semelhante e acusam o policial de estupro. Elas teriam sido vítimas em 2018. Uma delas desistiu de dar prosseguimento às investigações por problemas psicológicos. Já a outra entrou com recurso na Justiça após o prazo para ela representar contra o escrivão caducar.

“Detalhe relevante é que nenhuma delas se conhece e ainda assim apresentaram relatos semelhantes, citando a manipulação de arma de fogo pelo denunciado para intimidá-las, pedido para ver fotos e vídeos íntimos em seus celulares e o próprio ato sexual em si”, diz o MPSP, na denúncia.

O Metrópoles não localizou a defesa de Tiago Borges Miguel. O espaço segue aberto para manifestação.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirma que policiais da 3ª Corregedoria Auxiliar de Ribeirão Preto, também no interior, cumpriram o mandado de prisão do escrivão. “A arma e a carteira funcional dele foram apreendidas. O homem foi levado ao Presídio da Polícia Civil, onde permanece preso à disposição da Justiça”.

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