“Escravas virtuais”: Discord lança ferramenta para proteger adolescentes
Após grupos de criminosos serem identificados usando plataforma para fazer torturas online, aplicativo criou recurso para controle dos pais
atualizado
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São Paulo – O aplicativo de mensagens Discord anunciou a criação da Central da Família, espaço no qual pais e adolescentes poderão criar grupos, pensando na segurança e prevenção contra criminosos que agem dentro da plataforma.
A medida foi tomada após grupos promoverem tortura contra meninas, tratadas como “escravas virtuais” em salas do aplicativo, como mostrado pelo Metrópoles.
“A Central da Família do Discord é uma nova ferramenta opcional que facilita que os adolescentes mantenham seus pais ou responsáveis informados sobre suas atividades no Discord, respeitando sua autonomia”, diz trecho de nota do aplicativo.
O recurso de segurança, segundo o Discord, vai ajudar os responsáveis pelos adolescentes a terem ciência com quem os filhos conversam e também se relacionam no aplicativo.
“Nosso objetivo com a Central da Família é ajudar a promover um diálogo produtivo sobre hábitos mais seguros na internet, e criar maneiras benéficas para pais e adolescentes se conectarem com experiências online.”
Como funciona
As atividades da conta do adolescente só serão compartilhadas na Central da Família com o consentimento do jovem. Após isso, pais e filhos devem realizar um cadastro.
Havendo consenso entre pais e filhos, um QR Code exclusivo e individual é gerado, podendo ser usado por um curto período na Central da Família. Para cada responsável é gerado um código, após a repetição de todas as etapas de inscrição.
Uma vez que o adolescente aceite a solicitação de conexão, a Central da Família será preenchida com detalhes sobre a atividade dele no Discord nos últimos sete dias.
Serão informados aos responsáveis com quantos usuários ele conversou, novos amigos e em quantos servidores ele participa ativamente.
Denuncie
O Ministério Público (MPSP) disponibilizou o e-mail nai.intolerancia@mpsp.mp.br para que as vítimas de atos ilícitos de intolerância, abusos e misoginia cometidos por meio virtual e eletrônico possam denunciar crimes e serem acolhidas e ouvidas.
O canal foi criado pela força-tarefa criada pela Procuradoria-Geral de Justiça, em maio deste ano, para investigar a existência de provedores de aplicação, redes sociais de diferentes “comunidades”, como o Discord, e jogos eletrônicos on-line, nos quais os usuários exibem, sem qualquer controle, conteúdos ilícitos.