Escola que leva nome de “pai” do método montessori quer militarização
Escola com nome do “pai” do método montessori no país é uma das 302 que querem implementar ensino cívico-militar; veja lista
atualizado
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São Paulo – Uma das 302 escolas de São Paulo que manifestaram interesse em aderir ao modelo de ensino cívico-militar, proposto pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), leva o nome de um dos responsáveis por trazer ao Brasil o método montessori que prega a autonomia do aluno no processo de aprendizagem.
O método montessori e um modelo pedagógico que defende o diálogo respeitoso entre professores e alunos e a redução de punições aos estudantes. O ensino montessoriano também não é entusiasta de premiações porque entende que as crianças acabam sendo mais estimuladas pelas recompensas do que pelo aprendizado em si.
Já o modelo cívico-militar é pautado pela organização e disciplina, inclusive com regras rígidas a respeito da vestimenta dos alunos, e um sistema de recompensas aos estudantes mais aplicados.
Um dos responsáveis por implementar o ensino montessoriano no país foi Manuel Ciridião Buarque, que dá o nome a uma escola estadual na Vila Ipojuca, na região oeste da capital paulista, uma das 302 unidades de ensino que manifestaram interesse em adotar o modelo cívico-militar [veja lista ao fim do texto].
Inicialmente, a Escola Vladimir Herzog, em São Bernardo do Campo, estava entre as interessadas em aderir à militarização. No entanto, a direção da escola recuou diante da reação negativa da família de Vladimir Herzog, jornalista que foi perseguido e morto pela ditadura militar.
Na semana passada, o governo Tarcísio convocou as equipes escolares a discutir, até o dia 31 deste mês, durante as férias nas redes de ensino, se desejam ou não aderir ao modelo, que é voluntário. Depois, professores, pais e alunos terão até o dia 15 de agosto para se manifestar.