Escola denuncia ameaça de ataque e pais de aluno fazem BO por calúnia
Pais de um aluno de 17 anos de uma escola estadual registraram BO de calúnia após escola relatar que filho teria feito ameaças de massacre
atualizado
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São Paulo – Uma escola estadual de São Paulo registrou nesta segunda-feira (3/4) um boletim de ocorrência para reportar ameaças de um massacre que teriam sido feitas por um aluno de 17 anos da unidade.
A Escola Estadual Dona Ana Rosa de Araújo, na Vila Sônia, zona oeste da capital, fica na mesma região do colégio onde, na semana passada, um adolescente de 13 anos matou uma professora e feriu outras quatro pessoas com uma faca. A unidade está a apenas 200 metros do 34º Distrito Policial, que investiga o caso.
Pouco antes de a diretora registrar a denúncia, no entanto, os próprios pais do adolescente foram até a delegacia e fizeram um boletim de ocorrência contra a direção da escola.
Os responsáveis afirmam que foram chamados pela direção na última quinta-feira (30/3) para serem avisados de que o filho teria mandado mensagens a outros colegas com as ameaças.
Os pais, no entanto, não acreditaram na denúncia. Eles afirmam que o filho não é o autor das mensagens e que as ameaças feitas pelo seu número seriam fruto de uma clonagem do celular do garoto.
Os responsáveis alegam ainda que a acusação da escola de que o filho estaria planejando um ataque fez com ele que fosse hostilizado por outros colegas.
Clima tenso
Por causa do clima tenso, a escola ligou novamente para os pais do adolescente nesta segunda e pediu que fossem buscar o filho. Já no colégio, houve uma discussão e a polícia precisou ser chamada. Na sequência, os pais registraram o BO por calúnia.
Em depoimento à polícia, eles disseram que o filho é “tímido e retraído”, que se transferiu recentemente para a unidade e que a direção da escola não teria fornecido mais informações sobre as supostas ameaças.
Cerca de uma hora depois, a diretora da unidade também foi até a delegacia e registrou outro boletim de ocorrência.
Em nota, a Secretaria Estadual da Educação informou que a equipe gestora da escola acionou os responsáveis assim que ficou ciente da ameaça e que “todas as providências foram tomadas para tranquilizar a comunidade escolar e garantir a segurança”.
A pasta disse ainda que o caso será registrado na Plataforma Conviva e que a direção da unidade se reunirá novamente com os responsáveis, “para que sejam aplicadas as medidas restaurativas, que preservem o direito à educação”.
Ao Metrópoles, os pais do menino afirmaram que não pretendem levá-lo à escola nos próximos dias e que solicitaram à unidade que enviasse os materiais para ele fazer as atividades de casa.
Boatos de ataque
Além do caso denunciado, pais e alunos da Escola Estadual Dona Ana Rosa de Araújo estão com receio de casos de violência na unidade devido a um áudio que tem circulado em grupos de Whatsapp.
No áudio, ao qual o Metrópoles teve acesso, uma menina relata para outra pessoa um suposto plano de ataque no local, que estaria sendo marcado para o próximo dia 20. Ao menos duas mães de alunos confirmaram à reportagem terem tido acesso ao áudio e disseram estar com receio.
A pessoa fala no áudio que dois jovens teriam invadido uma escola municipal também próxima dali, a Theodomiro Dias, na sexta-feira (31/3), e que teriam avisado nas salas sobre o plano de ataque na escola Dona Rosa de Araújo.
O Metrópoles conversou reservadamente com funcionários da escola municipal que afirmaram que a história é boato e que não houve nenhuma invasão na unidade.
Professora morta
Nesta segunda, faz uma semana do ataque à Escola Estadual Thomázia Montoro. Por volta das 7h20 do dia 27/3, um aluno de 13 anos entrou na sala e matou a professora Elisabeth Tenreiro, 71 anos.