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“Erros não são pontuais”: associação critica método de ensino em SP

Abrale rebate fala do vice-governador sobre a crise da educação paulista ter sido “superada” após a demissão de responsável por erros

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Divulgação/Governo de São Paulo
foto colorida mostra tablet com conteúdo digital da educação de SP
1 de 1 foto colorida mostra tablet com conteúdo digital da educação de SP - Foto: Divulgação/Governo de São Paulo

São Paulo – A Associação Brasileira de Autores de Livros Educativos (Abrale) disse que os erros no material didático paulista “não são pontuais” e rebateu a fala do vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth (PSD), de que a crise na educação paulista foi “superada”.

Em nota divulgada nesta segunda-feira (11/9), a Abrale afirma que o conteúdo dos slides tem uma “infinidade de problemas”, que vão além dos erros graves apontados nas últimas semanas, como o texto que atribuía a assinatura da Lei Áurea a Dom Pedro II.

A associação diz que a metodologia tem problemas conceituais e não leva em consideração a idade dos alunos ao apostar no material digital.

“Diferentemente de jovens e adultos, maduros e motivados (como quem frequenta um cursinho pré-vestibular), as crianças e os adolescentes, em geral, pouco ou nada se desenvolvem intelectualmente assistindo uma exposição baseada em slides que passam na TV”, diz a nota.

O texto afirma que a “sala de aula da escola pública não é um cursinho” para ter um uso massivo dos slides, e diz que o material desrespeita a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Nas últimas semanas a Abrale fez um relatório analisando os slides oferecidos pela Secretaria da Educação às turmas do 6º ano do Ensino Fundamental. O documento de 116 páginas foi produzido por 13 educadores e coordenado pela presidente da associação, Maria Cecília Condeixa.

Finalizado no último sábado (9/9), o relatório aponta problemas no conteúdo, como textos escritos em outros idiomas e cópias de materiais da internet.

Nas críticas feitas ao material, os educadores dizem que os slides não incentivam o desenvolvimento do raciocínio matemático dos estudantes e pecam ao não trazer trechos de obras literárias como referência para exercícios e explicações nas aulas de língua portuguesa – diferente do que ocorre nos livros do Programa Nacional do Livro e Material Didático (PNLD), segundo o grupo.

Entenda o caso

Na última sexta-feira (8/9), o vice-governador de São Paulo defendeu o secretário da Educação, Renato Feder, em entrevista a jornalistas durante um evento em Milão, na Itália. Felicio Ramuth afirmou que a crise na pasta foi superada com a saída dos responsáveis pelos erros no material didático digital.

“É uma questão superada. Foi apresentada uma nova metodologia, uma padronização das aulas. Houve questionamentos, erros, os responsáveis estão fora do governo e [estamos] corrigindo esse rumo”, disse o político. Na mesma semana, o governo exonerou o então coordenador pedagógico da pasta, Renato Dias, e anunciou a revisão de 25 mil páginas do material digital.

Para Maria Cecília Condeixa, a revisão não basta para corrigir os problemas, já que o conteúdo não segue, no geral, os padrões de qualidade vistos nos livros didáticos do governo federal.

“Parece-nos pensamento mágico imaginar que 25 mil páginas possam ser revistas em duas semanas, visando acertar os textos já colocados. Mas isso não bastaria para atingir os critérios nacionais de qualidade”, diz a presidente da Abrale.

Em nota, a Secretaria da Educação afirma que aprimorou os critérios de revisão do conteúdo digital e montou uma força-tarefa para reavaliar o material do 3º bimestre.

“A expectativa é que esse trabalho seja concluído até o próximo dia 15. A Seduc ressalta que a equipe responsável pela elaboração dos materiais didáticos da pasta foi reforçada de forma a garantir um conteúdo aprimorado, atualizado e em harmonia com o Currículo Paulista”, diz a pasta.

No lugar de Renato Dias, a secretaria contratou Bianka de Andrade Silva para assumir a Coordenadoria Pedagógica. Ela é doutora em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e ex-aluna da rede estadual de ensino.

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