Equipe de Nunes aposta em mais rejeição a Marçal após soco ao vivo
Campanha de Nunes vê soco em debate como incentivo para rejeição a Marçal, mas sem afetar a opinião de seus eleitores já consolidados
atualizado
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São Paulo — Integrantes da campanha do prefeito Ricardo Nunes (MDB) avaliam que o soco dado pelo cinegrafista Nahuel Medina, auxiliar de Pablo Marçal (PRTB), no marqueteiro Duda Lima durante o debate Flow News, na segunda-feira (23/9), pode aumentar a rejeição ao influenciador e comprometer as chances de ele ir ao segundo turno.
Nunes, aliados políticos e auxiliares técnicos passaram a madrugada da terça-feira (24) acompanhando o atendimento médico de Lima, que levou seis pontos no rosto após a agressão. O caso foi registrado na Polícia Civil. Ao longo do dia, a equipe se dividiu na avaliação sobre os impactos do episódio.
Entre assessores de Nunes, há quem diga que a agressão não afastará eleitores de Marçal. Aqueles que já apoiam o ex-coach não mudariam de opinião devido ao incidente, que pode ser visto como uma resposta “justa” à suposta agressão inicial por parte de Lima — algo que Medina afirmou ter acontecido, mas que Duda Lima negou à polícia.
Por outro lado, a campanha aposta que o episódio — mais violento do que o ataque sofrido por Marçal de José Luiz Datena (PSDB), duas semanas antes, no debate da TV Cultura — pode aumentar a rejeição entre eleitores indecisos.
Um assessor de Nunes destacou, no entanto, que o fato de a agressão ter sido cometida por um auxiliar, e não pelo próprio candidato, como no caso de Datena, limita o impacto sobre a imagem de Marçal.
Reações
O incidente de segunda-feira (23) não provocará mudanças imediatas na campanha de Nunes, que busca consolidar apoio entre os eleitores de baixa renda, onde tem melhor desempenho, e conquistar mais votos entre mulheres e eleitores bolsonaristas, públicos que têm recebido especial atenção. Os ataques a Marçal continuarão, sem perder de vista também o deputado federal Guilherme Boulos (PSol).
A pesquisa Quaest de intenções de voto divulgada na terça-feira, que não capturou o impacto do episódio, mostrou aumento na rejeição a Marçal e Boulos.
No caso do deputado do PSol, a rejeição subiu cinco pontos percentuais em uma semana, de 45% para 50%. Já a de Marçal aumentou de 46% para 50%.