Engenheiro é preso suspeito de ajudar em aborto e depois matar mulher
Gerente Letícia Lopes de Oliveira, de 28 anos, estava morta sobre cama, ferida a tiros; feto de 14 semanas foi achado em banheiro
atualizado
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São Paulo – O engenheiro químico Nestor Akihiro Yoshida, de 40 anos, foi preso, na quarta-feira (28/2), sob a suspeita de assassinar a tiros sua companheira, a gerente Letícia Lopes de Oliveira, de 28 anos, depois de ajudá-la a provocar um aborto.
O crime ocorreu em 16 de fevereiro no bairro Vila Moraes, zona sul da capital paulista, que registrou alta de 550% no assassinato de mulheres no primeiro mês de 2024 em comparação com o mesmo mês do ano passado.
Investigação do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) mostra que o corpo de Letícia foi encontrado sobre a cama, cravejado de tiros. No banheiro da residência, policiais encontraram um feto, de aproximadamente 14 semanas.
Remédio na sala
Durante a avaliação da cena do crime, investigadores encontraram, na sala da residência, o medicamento usado pela gerente, indicando que ela o teria tomado para provocar o aborto, antes de ser assassinada. No dia seguinte, o engenheiro foi prestar depoimento. Ele não estava presente na casa, no momento em que o corpo da vítima foi encontrado.
Registros do DHPP mostram que ele afirmou ter dado dinheiro para Letícia comprar o abortivo. Nestor acrescentou ter levado um medicamento para dor, após a companheira provocar o aborto. Ele não foi preso na ocasião.
O depoimento dele, no entanto, levantou suspeitas entre os policias pelas “grandes divergências” com relação às provas colhidas no local. As investigações ainda mostram que uma pessoa do círculo familiar de Nestor teria auxiliado no crime. A identidade deste suspeito ainda não foi revelada.
Com base nisso, a polícia solicitou à Justiça a prisão do engenheiro. O pedido foi deferido na quarta-feira (28/2).
Relacionamento “tempestuoso”
A mãe de Letícia afirmou à polícia que a filha mantinha um relacionamento “tempestuoso” com Nestor, o qual, entre idas e vindas, durou cerca de sete anos.
Ela acrescentou que ambos discutiam e brigavam com frequência.
Alta de 550% nos assassinatos de mulheres
A capital paulista registrou uma alta expressiva no assassinato de mulheres, em janeiro deste ano, período mais recente atualizado pela Secretaria da Segurança Pública (SSP).
Segundo a pasta, cinco foram vitimadas em feminicídios, que é quando a vítima é morta por sua condição de gênero feminino, e oito assassinadas, resultando em 13 casos.
Isso representa um aumento de 550% em relação às duas vítimas, do sexo feminino, mortas em homicídios no primeiro mês de 2023. Na ocasião, não foram registrados feminicídios.