Enel diz que cumprirá prazo de 3 dias para restabelecer energia em SP
Segundo a Enel SP, cerca de 400 mil imóveis seguem sem fornecimento de energia até as 14h. A maior parte deles fica na capital paulista
atualizado
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São Paulo — A Enel São Paulo afirmou, no começo da tarde desta segunda-feira (14/10), que vai cumprir o prazo de três dias estipulado pelo governo federal para restabelecer o fornecimento de energia em São Paulo. Em nota, a empresa divulgou que o acordo firmado com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
De acordo com boletim enviado pela distribuidora, cerca de 400 mil imóveis seguem sem o serviço até as 14h. Desse total, 283 mil ficam na capital paulista, a maioria na zona sul, nos bairros de Santo Amaro, Jabaquara, Pedreira e Campo Limpo.
“Na baixa e na média tensão, os impactos foram severos e dispersos pela área de concessão. Os reparos nas redes de baixa tensão envolvem a substituição de quilômetros de cabos, postes, entre outros equipamentos”, informou em nota.
A companhia informou ainda que disponibilizou 500 geradores (40 de grande porte) para serviços essenciais, como hospitais, e clientes que dependem de eletricidade para manutenção de equipamentos hospitalares.
No fim da manhã desta segunda, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, definiu o prazo de três dias para que a concessionária Enel restabeleça o fornecimento de energia em todo o estado. Mais de 1 milhão de imóveis ficaram sem luz desde sexta-feira (11/10), quando um temporal provocou um apagão que afetou principalmente a região metropolitana.
“Eu disse à Enel que ela tem os próximos três dias para resolver os problemas de maior volume, ou seja, ela só vai poder, ao fim desses três dias, apresentar, se necessário, questões pontuais de locais onde ela não consegue ter acesso com um fato superveniente”, afirmou Silveira.
O ministro anunciou, ainda, que a Enel vai ampliar o número de eletricistas e passará a contar com uma força-tarefa formada por distribuidoras de energia de todo o país para ajudar no restabelecimento do serviço em São Paulo. Entre as concessionárias citadas estão CPFL, EDP, ISA CTEEP, Eletrobras, Light e Energiza.
“Nós estamos ampliando de 1,4 mil [funcionários da Enel] para 2,9 mil profissionais, [além de] mais de 200 caminhões para apoiar essas equipes”, disse Silveira.
A declaração foi dada após reunião de Silveira com o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
O balanço mais recente da Enel, fechado às 11h desta segunda, aponta que pelo menos 430 mil imóveis da região metropolitana de São Paulo continuam sem energia desde sexta-feira. São 280 mil clientes apenas na capital. Às 5h40, o número era de 537 mil imóveis.
“Não adianta aumentar a modernização e diminuir a mão de obra”, ponderou o ministro em relação à modernização recentemente anunciada e implementada pela Enel. Com essa medida, a empresa diminuiu o número de funcionários em atuação.
“O fato é que o presidente Lula determinou que eu viesse aqui e fizesse uma força-tarefa para estabelecer, no tempo mais curto possível, a energia do povo de São Paulo. Temos, sim, respeito pelo povo de São Paulo. Independentemente da causa, a palavra de ordem agora é resolver o problema, solução; no segundo momento, é discutir planejamento.”
O prazo de três dias exigido pelo ministro prevê a entrega de um relatório feito pela Enel, apontando tudo o que foi feito para restabelecer a energia e os locais onde ainda não foi possível normalizar a situação. O ministro não especificou, no entanto, o que deve acontecer se o prazo não for cumprido.
Questionado sobre consequências para a distribuidora de energia, Silveira respondeu que espera que a Enel trate o assunto com a devida relevância, atendendo a uma determinação que já foi feita pelo Ministério de Minas e Energia.