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Endividado, PC Siqueira fez declaração de pobreza em processo; veja

Youtuber é cobrado na Justiça pela falta de pagamento das taxas condominiais do apartamento onde morava, o mesmo em que ele morreu

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foto colorida do youtuber PC Siqueira, encontrado morto em seu apartamento em SP - Metrópoles
1 de 1 foto colorida do youtuber PC Siqueira, encontrado morto em seu apartamento em SP - Metrópoles - Foto: Reprodução/Redes Sociais

São Paulo – O youtuber PC Siqueira, encontrado morto em seu apartamento em São Paulo na quarta-feira (27/12), escreveu e assinou uma declaração de pobreza para conseguir ser assistido juridicamente pela Defensoria Pública de São Paulo em um processo aberto contra ele pela falta de pagamento de taxas condominiais.

De acordo com o processo, Paulo Cezar Goulart Siqueira, o PC, de 37 anos, deixou de quitar, desde 20 de junho do ano passado, R$ 460 mensais do condomínio onde morava, no 3º andar, em Santo Amaro,  zona sul paulistana — o mesmo local onde o youtuber cometeu suicídio. A morte foi testemunhada por sua ex-namorada.

Em um documento escrito de próprio próprio punho (veja abaixo), datado de 10 de julho deste ano, PC Siqueira se declara pobre “na acepção jurídica do termo”, alegando não ter condições de arcar com “custas processuais e honorários advocatícios”. O Metrópoles apurou que o youtuber havia comprado o apartamento, por R$ 490 mil, em abril de 2021.

foto colorida de declaração de pobreza apresentada à Justiça por PC Siqueira - Metrópoles
Declaração de pobreza apresentada à Justiça por PC Siqueira

Dívida e processo

Em maio, a Justiça deu três dias para PC Siqueira pagar o valor inicial da dívida, de pouco mais de R$ 3 mil, sob pena de que seus eventuais créditos bancários pudessem ser penhorados. O youtuber não quitou o débito.

Dois meses depois, a defensora pública Maria Cláudia Gonçalves Solano Pereira declarou que PC não possuía recursos para pagar as custas e as despesas processuais, além de honorários advocatícios. O valor da dívida cresceu nesse período.

Segundo a defensora, o youtuber começou a ser assistido gratuitamente “por ser pessoa necessitada, na acepção legal do termo”, conforme ele próprio declarou em seu pedido. Familiares de PC, ouvidos pelo Metrópoles, confirmaram que ele enfrentava problemas financeiros.

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O youtuber PC Siqueira
O youtuber PC Siqueira, encontrado morto em seu apartamento em SP
O youtuber PC Siqueira, encontrado morto em seu apartamento em SP
Relembre a trajetória de PC Siqueira, youtuber encontrado morto
Diversos usuários do Twitter pediram a exclusão do canal do YouTube de PC Siqueira
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Já em 2020, ele foi acusado de pedofilia e foi investigado pela Polícia Civil de São Paulo

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O youtuber PC Siqueira

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O youtuber PC Siqueira, encontrado morto em seu apartamento em SP

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O youtuber PC Siqueira, encontrado morto em seu apartamento em SP

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Relembre a trajetória de PC Siqueira, youtuber encontrado morto

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Diversos usuários do Twitter pediram a exclusão do canal do YouTube de PC Siqueira

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Mas já retomou gravações de vídeos

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Ele se envolveu em uma polêmica neste ano

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PC Siqueira terminou namoro de mais de um ano e falou sobre depressão

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PC Siqueira desejou "Feliz Natal solitário" e assustou seguidores

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No mesmo documento da Defensoria Pública, ao qual o Metrópoles teve acesso, foi proposto um acordo no qual PC se comprometia a pagar R$ 6.144, divididos em 24 parcelas de R$ 256, a partir de 20 de agosto deste ano. O condomínio não aceitou o acordo.

“A proposta por ele apresentada não é aceitável, além do que o valor ofertado está muito aquém do valor devido, não havendo interesse na designação de audiência de conciliação.”

Antes disso, o condomínio havia solicitado a penhora online do youtuber, pedido negado pela Justiça, além de requerer a suspensão da defesa gratuita feita pela Defensoria Pública. O argumento foi de que PC era influencer, com centenas de milhares de seguidores nas redes sociais, além de exercer “atividade rentável” como tatuador.

Com essas alegações, o condomínio pediu a penhora “de ativos financeiros” do youtuber, no valor de R$ 7.195,16. Os pedidos foram negados pela Justiça em 10 de outubro, data da última movimentação no processo.

“Sua mãe te ama muito”

Familiares e amigos de PC Siqueira deram o último adeus ao youtuber na manhã desta sexta-feira (29/12). O corpo dele foi sepultado no Cemitério Primaveras 1, em Guarulhos, na Grande São Paulo, mesmo local onde ele foi velado, desde a noite dessa quinta (28/12).

Um grupo de aproximadamente 30 pessoas acompanhou o cortejo fúnebre até o túmulo. A mãe de PC, Deise Moreno Quinteiro Goulart Siqueira, que é cadeirante, foi colocada diante do caixão para que pudesse se despedir do filho.

“Sua mãe te ama muito”, disse ela, chorando (veja abaixo). O caixão foi descido na sepultura sob uma salva de palmas e ao som de violino.

 

Familiares do youtuber não quiseram conversar com a imprensa. A ex-namorada de PC Siqueira, Maria Luiza Watanabe, que presenciou o suicídio, também estava no velório.

Em entrevista exclusiva ao Metrópoles, Maria Luiza afirmou que PC preferia lidar com seus problemas emocionais sozinho e “não pedia ajuda”. “A gente passava pelas mesmas coisas, tinha as mesmas dificuldades em comum. Mas, no caso dele, ele sempre viveu a vida dele normalmente, como se nada estivesse acontecendo. Ele nunca veio pedir ajuda”, disse.

Álcool, drogas e remédios controlados

Maria Watanabe contou à polícia que tentou salvar o ex-namorado, mas não conseguiu. Ela disse, ainda, que eles ficaram juntos por um ano e meio e tinham terminado o relacionamento dois dias antes de ele morrer. Além disso, Maria afirmou que o youtuber tinha consumido, antes de tirar a própria vida, álcool, drogas e medicamentos controlados.

Em março deste ano, PC Siqueira foi encontrado desacordado em seu apartamento e precisou ser socorrido por bombeiros. Na ocasião, ele agradeceu aos fãs pelo apoio e disse que estava se recuperando de uma tentativa de suicídio.

Busque ajuda

Metrópoles tem a política de publicar informações sobre casos ou tentativas de suicídio que ocorrem em locais públicos ou causam mobilização social, porque esse é um tema debatido com muito cuidado pelas pessoas em geral.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o assunto não venha a público com frequência, para o ato não ser estimulado. O silêncio, porém, camufla outro problema: a falta de conhecimento sobre o que, de fato, leva essas pessoas a se matarem.

Está passando por um período difícil? O Centro de Valorização da Vida (CVV) pode ajudar você. A organização atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone (188), e-mail, chat e Skype, 24 horas, todos os dias.

 

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