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“Encostas vão cair”, diz prefeito sete meses após tragédia no litoral

Prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto, diz que chuvas podem causar mais desastres no litoral, mas falta de solução irrita moradores

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Imagem colorida mostra casa com entulho e lama em sua base, por causa da chuva - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra casa com entulho e lama em sua base, por causa da chuva - Metrópoles - Foto: Acervo pessoal

São Paulo – “Sugiro que se você estiver perto de área de encosta, não fique mais aí. Não coloque dinheiro aí, porque, às vezes, são a economia de uma família, de uma vida. Todas essas encostas, independente da minha vontade, da sua, vão cair”.

Foi com esse tom alarmista que o prefeito Felipe Augusto, de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, respondeu à dona de uma casa de Juquehy, uma das praias mais famosas da região, quando ela pediu, há alguns dias, orientação sobre o que fazer com a encosta que destruiu parte de seu imóvel no temporal que assolou a região em fevereiro, durante o Carnaval, e ainda tem risco de cair.

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Tragédia deixou 65 mortos no litoral norte paulista
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Passados sete meses do temporal que matou 65 pessoas no litoral norte e deixou mais de duas mil pessoas sem casa e 600 pontos de deslizamento, o prefeito de São Sebastião tem ‘jogado a real” sobre a situação e dividido a responsabilidade com o governo estadual e os moradores diante da dificuldade em resolver os problemas a tempo do próximo verão.

O diagnóstico da cidade ainda é bastante preocupante, na avaliação do prefeito. A chuva de fevereiro deixou 635 pontos de deslizamento na cidade. Cada um deles, hoje, virou uma vala natural para o escoamento da água. A terra ao redor dos novos vertedouros ainda é instável e pode seguir facilmente morro abaixo.

“A CDHU (companhia estadual responsável pela construção de moradias) fez uma inspeção com infra-vermelho nas encostas. Elas estão todas soltas”, diz o prefeito, ao Metrópoles.

A instabilidade se estende por 35 quilômetros de Serra do Mar. Além de Juquehy, atinge as prias da Baleia, Baleia Verde, Barra do Una, Barra do Sahy e a Vila do Sahy, bairro encravado na serra e epicentro da tragédia ocorrida no Carnaval.

Providências

A Prefeitura tem um planejamento que exige R$ 600 milhões em obras para contenção das encostas. Segundo o prefeito, R$ 200 milhões estão em licitação neste momento. O prefeito se disse receoso de que, no futuro, possa receber cobranças por alguma falha nas obras, por isso vem requerendo que o Ministério Público (MPSP) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE) participem dos processos.

Há 12 frentes de obras diferentes, espalhados nessa faixa de áreas de risco, e a expectativa é que o total chegue a 25 até a semana que vem. Mas a chance de que a cidade esteja recuperada para o próximo verão, quando ocorrem as fortes chuvas, é quase nula.

“Para recuperar de vez as encostas, precisa de cobertura vegetal nas áreas de terra. Quanto tempo demora para essa mata se recompor? De quatro a cinco anos”, diz o prefeito.

Paralelamente às obras públicas, parte relevante dos deslizamentos está em áreas privadas e que comprometem imóveis vizinhos. São serviços que a prefeitura vem terceirizando para os próprios proprietários executem.

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“Já enviamos 2.000 notificações para que os proprietários dessas áreas apresentem à prefeitura um plano de mitigação, para obras de contenção”, afirma Felipe. Parte desses proprietários já recebeu uma segunda notificação e há aqueles que já começaram até a receber a terceira.

Após as notificações, a prefeitura vai avaliar, caso a caso, que sanção aplicar aos donos desses imóveis.

Reações

A posição do prefeito, entretanto, desagrada a muitos dos moradores da cidade, especialmente aqueles que dependem de providências de terceiros que não têm previsão para sair do papel. A psicóloga Myrian Torres Morgan Margins, de 55 anos, é um exemplo.

A casa de Myrian, que também fica em Juquehy, quase foi levada pela lama em fevereiro. No dia do temporal, parte do morro desabou sobre sua casa, deixando o marido preso no quarto semidestruído por quase 12 horas. Agora, o morro ainda está instável, e não há nada que ela possa fazer.

O terreno desabado pertence a outro proprietário privado, cuja notificação para iniciar os reparos já foi emitida pela Prefeitura. Mas não há previsão para o início das obras. Enquanto isso, ela não tem o que fazer.

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