Empresas vão à Justiça para cobrar campanha de Marçal por calote
Pablo Marçal e PRTB são cobrados por fornecedores Vivere Press e Qualimedia por calote em serviços, com dívida total de R$ 1,5 milhão
atualizado
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São Paulo – Duas empresas decidiram processar a campanha de Pablo Marçal (PRTB) à Prefeitura de São Paulo afirmando que foram contratadas para prestar serviços à candidatura do influenciador mas levaram um calote que chega a R$ 1,5 milhão.
Uma das ações, movida pela empresa de relações públicas Vivere Press, já foi ajuizada na 25ª Vara Cível da capital e cobra R$ 625 mil de Marçal e do PRTB.
A outra ação, que deve ser ajuizada ainda nesta semana, é movida pela empresa de monitoramento digital Qualimedia, por serviços que ultrapassam R$ 875 mil.
Representantes das duas empresas afirmam que foram contratados antes de o período eleitoral começar e, desde então, prestaram uma série de serviços para estruturar a campanha do influenciador, desembolsando capital próprio. Mas, segundo elas, a campanha não fez os pagamentos nas datas combinadas.
No caso da Vivere, segundo a ação apresentada pela empresa, o contrato para prestação de serviço foi assinado em 2 de agosto e consistia em serviços de assistência para publicação de reportagens em veículos de comunicação, intermediação de entrevistas e direção do material publicitário, entre outros.
O contrato foi assinado, ainda de acordo com o material levado à Justiça, pela consultora financeira da campanha, Gilmara Lima Lasclota. Gilmara, assim como outros aliados de Marçal, tem histórico ligado ao crime. Ela foi presa por tráfico de drogas em 2019.
A assinatura do contrato foi feita na presença do presidente nacional do PRTB, Leonardo Avalanche, ainda de acordo com o processo.
No caso da Qualimedia, os serviços contratados pela campanha, também em agosto, foram de análise de dados, monitoramento de redes e produção de relatórios. A empresa aplicou capital próprio para executar os trabalhos após firmar acordo que estipulava que o dinheiro seria ressarcido.
Nas datas dos pagamentos, porém, as transferências não foram realizadas e, depois disso, os representantes da empresa passaram a realizar uma série de reuniões com Avalanche para cobrar os valores já investidos.
O advogado da empresa, Filipi Gerhardt, afirma que buscou um acordo com o setor jurídico da campanha de Marçal, sem sucesso.
Marçal declarou à Justiça Eleitoral ter recebido R$ 6,4 milhões em doações para as eleições. Ele não recebeu recursos do fundo eleitoral e mantém uma campanha de arrecadação por Pix. Ele informou ainda já ter gasto R$ 2,8 milhões, mas não declarou nenhuma despesa com as empresas Vivere e Qualimedia, que processam a campanha.
O Metrópoles procurou a assessoria de Marçal para falar sobre as ações de cobrança, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.