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Empresário é preso por tentar soltar sócio de Marcola com HC falso

Empresário Sandro Moretti e dois advogados são acusados de apresentar um HC falso para soltar o narcotraficante Fuminho, sócio de Marcola

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Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho
1 de 1 Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho - Foto: Reprodução

São Paulo – O empresário Sandro Moretti, de 49 anos, foi preso em Presidente Prudente, no interior paulista, na segunda-feira (17/6). Ele é acusado de tentar enganar a Justiça para soltar o narcotraficante Gilberto Aparecido dos Reis, o Fuminho (foto em destaque), apontado como sócio de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder máximo do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Sandro e dois comparsas foram denunciados pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) em 10 de junho. Segundo a promotoria, o trio foi responsável por falsificar a assinatura de uma desembargadora do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) e apresentar uma decisão falsa que concedia habeas corpus para Fuminho.

O documento fraudado foi incluído no processo em 15 de dezembro de 2022. Na ocasião, o sócio de Marcola havia sido condenado como responsável por um carregamento de armamento pesado, 8 quilos de maconha e 450 quilos de cocaína, apreendido na Grande São Paulo. A pena foi de 26 anos e 11 meses de prisão.

O suposto HC, emitido às vésperas do recesso judiciário, despertou a desconfiança de uma servidora do TJSP. O golpe foi descoberto antes de a falsa ordem de soltura de Fuminho ser cumprida.

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Fuminho, líder do PCC, é preso em Moçambique
Fuminho ficara no Paraná até ser transferido para outra unidade
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Fraudes

A investigação do caso apontou Sandro como chefe do esquema. De acordo com a promotoria, ele cooptou advogados e abriu um escritório de fachada para praticar fraudes. O preso já tinha passagens por estelionato e recentemente foi associado a um esquema de venda de CNHs falsas.

Segundo o Gaeco, o IP que incluiu a decisão falsa era do escritório de advocacia de Sandro, que nem sequer tinha inscrição na Ordem de Advogados do Brasil (OAB). Para a promotoria, o objetivo dele era “buscar oportunidades para prática de crimes que proporcionassem lucro ou prestígio perante membros do crime organizado”.

Os outros acusados são os advogados Augusto Cesar Moraes Casaro, dono do login usado para inserir o documento falso no processo, e José Pedro Candido de Araújo, que acessou os autos em horário próximo ao da fraude.

A denúncia por falsificação de papéis públicos foi aceita pela juíza Máriam Joaquim, do Foro de Itapecerica da Serra, na última quinta-feira (13/6). Na decisão, a magistrada também decretou a prisão preventiva de Augusto – foragido desde a época da investigação. Já o terceiro réu responde ao processo em liberdade.

Na denúncia, o MPSP afirma que o grupo tentou soltar “um dos maiores narcotraficantes do mundo, ligado à organização criminosa denominada Primeiro Comando da Capital – PCC e com grande poder de comando de atividades criminosas nas ruas”.

Quem é Fuminho

Investigações sobre o PCC apontam que Fuminho tem ligações com a ‘Ndrangheta, a máfia da Calábria, na Itália, e controlava parte do esquema para escoar cocaína para a Europa a partir do Porto de Santos, no litoral paulista.

Segundo investigadores, o narcotraficante tmantém relação próxima com Marcola, de quem é amigo de infância, e esteve diretamente envolvido no plano cinematográfico para resgatar o chefão do PCC da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, em 2018.

À época, o MPSP levantou que o criminoso havia formado um exército de homens treinados em suas fazendas na Bolívia e contava até com soldados africanos, experts em armas pesadas.

O narcotraficante foi denunciado, ainda, de ser o mandante das execuções Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, integrantes da mais alta cúpula do PCC, que foram vítimas de uma emboscada em Aquiraz, na Grande Fortaleza, em fevereiro de 2018. O Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), no entanto, o absolveu dessa acusação.

Quando estava foragido, Fuminho chegou a figurar na lista de criminosos mais procurados do país. Ele foi preso em Moçambique, em operação internacional coordenada pela Polícia Federal, em 2020, com participação do Departamento Antidrogas dos Estados Unidos (DEA) e da polícia moçambicana.

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