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Empresário dos EUA acusa candidato mais rico do Brasil de estelionato

Candidato a prefeito em Marília (SP), João Pinheiro é acusado por empresário dos EUA de descumprir contrato milionário, mas nega acusações

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1 de 1 empresario-eua - Foto: Reprodução

São Paulo — Um empresário do ramo açucareiro dos Estados Unidos (EUA) acusa o candidato à Prefeitura de Marília, João Pinheiro (PRTB), o mais rico do país, de descumprir um contrato no valor de US$ 6,8 milhões (R$ 37,2 milhões) e de não entregar uma carga de 20 mil toneladas de açúcar.

O empresário Andrew Choi registrou o boletim de ocorrência on-line por estelionato, uma vez que mora nos Estados Unidos. Ao Metrópoles, a Polícia Civil informou que a ocorrência foi encaminhada à Central de Polícia Judiciária de Marília, no interior de São Paulo.

“Por se tratar de crime de ação condicionada, a autoridade policial aguarda a formalização da representação criminal contra o autor”, diz a nota da Secretaria da Segurança Pública (SSP).

Dono de um patrimônio de R$ 2,851 bilhões, João Pinheiro é o candidato mais rico do Brasil nas eleições de 2024. O valor declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é quase o dobro do orçamento da cidade de Marília, estimado em R$ 1,6 bilhão para 2024.

Segundo um documento policial a que o portal UOL teve acesso, Choi disse para a polícia ter feito um contrato com a empresa de João Pinheiro, a Sugar Brazil, e pago adiantado US$ 2,04 milhões (R$ 11,12 milhões) — o equivalente a 30% do valor total do contrato — por 20 mil toneladas de açúcar. No entanto, segundo o registro, a carga não foi entregue.

Ainda de acordo com o documento, João Pinheiro deveria ter entregue os produtos há três meses e já se passaram quatro. O candidato “se recusa a devolver o dinheiro e não conseguiu fornecer o produto que contratamos”, acusa Choi.

“Tenho comprovante de todos os meus pagamentos de transferências bancárias para a conta bancária da Sugar Brazil. João Pinheiro recusa-se a cooperar na devolução do meu dinheiro. Ele não forneceu nenhum dos produtos. Já pedi diversas vezes o dinheiro de volta e ele não colaborou”, complementou Choi no registro à polícia.

Segundo a SSP, Andrew Choi, por morar em outro país, pode nomear procuradores com poderes especiais para apresentar representação no prazo de até 6seis meses a partir da data dos fatos.

“Além disso, a vítima pode fornecer documentos comprobatórios do crime e dos prejuízos sofridos, como transferências bancárias e recibos, para auxiliar nas investigações”, finalizou o empresário.

O que diz João Pinheiro

Ao Metrópoles, João Pinheiro afirmou que a carga não foi entregue porque não foi paga em sua totalidade. “Existem os laudos do produto que não foram entregues pra ele [Andrew Choi]. Ele vendo esse laudo e pagando o restante do produto, ele recebe a carga”, disse o candidato.

Quando questionado sobre o contrato, João Pinheiro explicou que, ao pagar 30% do valor do total da carga, o empresário dos EUA garantiu a o escoamento do produto ao porto. “A carga fica armazenada em galpões nas usinas, e a partir do momento que ele paga essa parte do açúcar, a gente começa a escoar a produção que vai pro porto, seja Santos ou Paranaguá”, disse.

Segundo o candidato, a carga de açúcar em questão está no Porto de Paranaguá (PR) e Andrew foi notificado para pagar o restante do valor para receber o produto. Ao mesmo tempo, ele afirmou que os laudos dos produto não foram entregues ao empresário.

Sobre Choi o ter procurado para receber o dinheiro de volta, João Pinheiro nega. “Mentira, tudo isso aí é mentira. Em momento nenhum ele pediu devolução de dinheiro de açúcar”.

“Não tem como eu liberar um produto e simplesmente receber no destino. Existe, infelizmente, muito golpe em relação ao açúcar. Eu estou nesse mercado há 20 anos e aparece muito oportunista para fazer negócios que acabam prejudicando a gente”, revelou.

João Pinheiro ainda informou que os advogados dele já tomaram conhecimento do registro de boletim de ocorrência e que adotarão as providências cabíveis.

Nota de repúdio

O empresário brasileiro também divulgou uma nota de repúdio devido a matéria veiculada sobre o boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil.

Segundo ele, Choi descumpriu o contrato em que “realizou o pagamento da entrada para garantir as mercadorias, possuindo a obrigação de complementar o pagamento para envio destas, sob a condição de quitação dos valores previstos em contrato. No entanto, tornou-se inadimplente dos referidos pagamentos, impossibilitando seu cumprimento legal pela Sugar Brazil”.

Ainda segundo João Pinheiro, os documentos serão anexados ao boletim de ocorrência policial para comprovar “a boa-fé e lisura” do empresário.

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