Empresa responsável por helicóptero desaparecido leva família a buscas
Clara Silvia e a advogada da CBA Thais Gianlorenço pretendem se reunir com mateiros que atuam na procura pelo helicóptero
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – A CBA Investimentos, empresa responsável pelo helicóptero que desapareceu no Vale do Paraíba no último dia 31, levou Clara Silvia, irmã de uma das passageiras e tia de outra, para a região das buscas. Nesta terça-feira (9/1), a procura pela aeronave chegou ao nono dia.
Após reunião no Campo de Marte, Silvia e Thais Gianlorenço, advogada da CBA, decolaram rumo a Paraibuna por volta das 11h30. No início da tarde, Silvia publicou uma imagem em uma rede social e escreveu: “Vou fazer de tudo para encontrar vocês”.
De acordo com a advogada, a ideia é fazer um encontro com os mateiros que atuam nas buscas por terra e retornar no fim do dia. Não está descartada, no entanto, a possibilidade de permanecer na região por mais tempo.
Clara Silvia é irmã de Luciana Rodzewics e tia de Letícia Ayumi. O piloto, Cassiano Teodoro, também é representado pela advogada Thais Gianlorenço. O empresário Raphael Torres também estava presente.
Piloto teve licença cassada
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Cassiano já recebeu mais de 17 autos de infração e chegou a ter a licença de piloto cassada, em setembro de 2021, por “conduta grave de fraude”.
Em 2022, o MPF também recomendou o fim da prestação de serviço das empresas responsáveis pelo helicóptero que sumiu. Para os procuradores, elas atuavam de forma clandestina.
Cassiano é um dos sócios da CBA Investimentos, que compartilha da propriedade do helicóptero desaparecido com outra empresa, a RGI Locações.
“[…] Comprovada insurgência do investigado Cassiano e das empresas por ele operadas contra a fiscalização da ANAC, com a prestação de informações inexatas, propaganda de serviços aéreos não autorizados, adulteração de planos de voo, dentre outros fatos hábeis a demonstrar possível falta de comprometimento do sócio de tais empresas, e das empresas em si, no atendimento às regras de aviação civil, em especial àquelas relacionadas à segurança operacional”, diz a recomendação do MPF.
A aeronave não possui licença para o serviço de táxi aéreo. Ainda assim, segundo o MPF, Cassiano e as empresas faziam “propaganda de serviços aéreos não autorizados” nas redes sociais.
Helicóptero teve pouso forçado
O helicóptero decolou do Campo de Marte, na capital paulista, e seguia para Ilhabela, litoral norte do estado, quando sumiu dos radares ao sobrevoar a região da Serra do Mar, na altura de São José dos Campos.
Pouco antes de o helicóptero sumir do radar, Letícia enviou uma mensagem e um vídeo ao namorado mostrando as más condições do tempo, relatou que o piloto decidiu abortar a viagem e retornar para São Paulo e contou também, que o grupo precisou fazer um pouso forçado.
“Tá perigoso. Muita neblina. Estou voltando”, escreveu Letícia. No vídeo enviado por ela ao namorado, o helicóptero aparece encoberto por neblina.
Local de pouso
Por volta das 15h, Letícia mandou uma mensagem de WhatsApp ao namorado dizendo que a aeronave havia pousado “no meio do mato”.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a equipe de inteligência do Departamento de Operações Especiais (Dope) conseguiu identificar o local onde o helicóptero pousou, a partir de antenas telefônicas. Na semana passada, a polícia obteve autorização da Justiça para quebrar o sigilo e ter acesso à localização do aparelho, conforme registrado pelas torres de telefonia.
Com isso, foi possível identificar onde o celular de uma das pessoas que estava na aeronave emitiu sinal pela última vez, próximo à Represa de Paraibuna. Os aparelhos dos demais tripulantes não foram detectados pelas antenas.